domingo, 8 de março de 2015

Jane Austen e o Dia Internacional da Mulher


                Será que existe um padrão para as mulheres e seus finais felizes? As vezes tentam nos persuadir que sim, dissuadir nossos ideais para acreditarmos nos ditames da sociedade. A Disney cansa de apresentar, a cada dia, que apenas as “princesas” tem finais felizes, aquelas em geral ingênuas, magras, lindas, sensíveis. Mas será que isso é verdade? Existe um padrão para finais felizes? Bom, acho que não. E tenho certeza que Jane Austen concorda comigo.
                Como você é? Sensível? Romântica? Impulsiva? Ingênua? Sagaz? Forte? Fria? Modesta? Saiba que, independente de quem você seja, não existe uma regra para o seu biótipo. A não ser que você seja uma vilã... vilãs não costumam ter finais felizes. Mas eu sei que você não é uma vilã! Então, você está com sorte.
                Jane Austen fez questão de, em cada um de seus livros, descrever uma heroína diferente das demais. Elizabeth Bennet, Catherine Morland, Fanny Price, são exemplos de mulheres completamente diferentes umas das outras, mas que alcançaram seus finais felizes. Somos perfeitamente capazes de correr atrás de nossa felicidade, como elas fizeram. Vamos entender melhor.
                Prática, ajuizada, discreta, embora seja tremendamente sensível e permita que governem sua cabeça, tem um lado emocional profundo que poucas pessoas veem. Essa parece você? Elinor Dashwood tinha seus defeitos, mas lutou por seu final feliz ao lado de sua irmã, Mariane Dashwood, impulsiva, romântica, impaciente, e talvez um pouco honesta demais. Gosta de poesia romântica e novelas, e toca o piano lindamente, sente profundamente e ama apaixonadamente. Qual delas reflete mais a sua personalidade? Nenhuma delas? E que tal calma, fiel, e moralmente honesta, ama profundamente... e morre de ciúmes. Então, Fanny Price te representa? Ainda não? Bom, você pode ser uma líder, gostar de ser a rainha do seu círculo social, e sente que é seu dever ajudar os menos influentes., muitas vezes se intromete nos assuntos dos outros, embora o faz com um coração puro. Muitas vezes se engana com uma imaginação fértil e fantasiosa, mas suas boas intenções e espírito criativo fazem de você alguém que alguém poderia gostar. Melhorou? Ainda não? Ok, Emma Woodhouse não representa muita gente, mas e Anne Elliot? Facilmente persuadida, particularmente quando amigos e parentes tentar usar "o caminho Elliot" contra você, mas isso não significa que não tenha convicção. Na verdade, seu senso de dever é esmagador, e mesmo que não arrisque o pescoço, muitas vezes aprendeu a falar quando é preciso. Sabe como lidar com situações difíceis e ama profundamente e constantemente. Não importa qual seja o seu defeito, é justamente ele que te faz perfeita e única!
                Percebeu que não houve nenhuma descrição de princesa aí em cima? Pois bem, Jane Austen deixou claro que a princesa vive dentro de cada uma de nós, e nós podemos sim escolher como lidar com ela. O Dia Internacional da Mulher veio pra mostrar o quanto você, mulher, é forte, dedicada e capaz. Capaz de estar certa, de enfrentar os problemas de cabeça erguida, de fazer boas escolhas sozinha.
                Você gosta de um bom romance gótico? É imaginativa e ingênua e ao mesmo tempo cativante e desconcertante? Catherine Morland teve seu final feliz sem precisar ser “a mulher perfeita segundo a sociedade”. E o que dizer de Elizabeth Bennet? Inteligente, espirituosa, e tremendamente atraente, tem uma boa cabeça em seus ombros, e muitas vezes se sente diferente dentro da sua realidade, mas para quem não parece muito perfeito a seus olhos, tem uma tendência ao preconceito que serve-lhe muito mal, de fato.  E eu poderia citar muitas outras mulheres, como a cândida Jane Bennet, ou a egoísta Lady Susan, mas a questão é: se seu final feliz não chegou, não é por conta de sua personalidade. Nós lutamos muito pra conseguir o nosso lugar na sociedade pra chegar agora e abaixar a cabeça pra o que ela dita? Não. E hoje o dia é nosso para nos lembrar disso.

                Não somos fracas. Não devemos estar em segundo plano. Devemos ter nossas próprias opiniões e elas devem ser ouvidas. Jane Austen teve muitas opiniões com respeito a sociedade, e deixou-nos o legado de passar a frente seus pensamentos. Não importa nossa idade, classe social, cor, localização geográfica, devemos lutar pelo nosso espaço, nossos direitos, e é claro, pelo amor. Com certeza existe um Mr. Darcy, um Capitão Wentworth, um Henry Tilney, ou um Mr. Knightley por aí, a nossa espera!

                Feliz Dia Internacional da Mulher!