quinta-feira, 7 de maio de 2015

As Mães de Jane Austen - Parte II

A série de posts para mulheres especiais...



Sra. Morland


"Sua [Catherine] mãe era mulher de muito senso prático, de bom temperamento e, o que é o mais notável, de boa constituição. [...] Era uma mulher muito bondosa, e queria ver os filhos tornarem-se tudo o que deviam ser." Contudo, devemos considerar que, quando uma mulher se vê mãe de 10 crianças, não tem muito tempo, nem para si, nem para os próprios filhos. As filhas mais velhas da sra Morland foram as que tiveram menos sorte e atenção. Não por maldade, ou preferência, mas porque os dias, já naquele tempo, tinham 24 horas cada um. Não era uma  mãe relapsa, mas precisou, em muitos momentos, de fazer uma escala de prioridades entre os filhos, estando o mais novo em primeiro lugar e a mais velha em último. Criou os filhos com muita liberdade, mas também com muito amor. Por ser mais necessário alimentar e dar banho, a instrução não veio como prioridade, mas teve sorte por ter filhos de bom caráter. Imagino que não havia rotina na vida dessa mãe, contudo, seu lazer - e de seus filhos - se restringia ao quintal e jardim de sua casa, pois, se hoje vemos mães "enlouquecendo" arrumando dois ou três pequenos para sair, 10 devia ser uma grande missão! Suponho que ela tenha desistido de grande parte de sua vida social em prol do cuidado dos filhos. Seus conselhos eram ingênuos, o que pode indicar que casou-se cedo, e cedo se viu privada do conhecimento do mundo. Mas em momento algum se demonstra irritadiça, depressiva ou indiferente. Dontro de seus limites, era uma ótima mãe.

REFERÊNCIA: AUSTEN, Jane. A Abadia de Northanger. São Paulo: Martin Claret, 2012.