segunda-feira, 6 de julho de 2015

Amor à segunda vista

        Minha história com Jane Austen começou quando duas amigas minhas foram pra minha casa para uma festa do pijama. Fomos à locadora (as pessoas ainda sabem o que é isso?) e no meio daquela típica confusão para escolher qual filme assistiríamos, as irmãs Micala e Michelli disseram que já tinha lido “Orgulho e preconceito” e que estavam loucas pra ver o filme. Aceitamos a sugestão, apesar de o filme ser diferente das comédias românticas que costumávamos assistir. Sendo bastante honesta, achei o filme muito devagar (shame on me) e acabei dormindo nos primeiros 30 minutos...
Foi essa a capa que me 
conquistou <3
            Passado algum tempo, estando eu no primeiro ano do Ensino médio, estava conversando com uma colega quando ela disse que iria a biblioteca da escola para doar um livro (ela tinha atrasado na estrega de outro, e, para ser isenta da taxa, ela tinha a opção de doar outro título). Quando vi o livro, achei-o lindo e pedi a ela que deixasse que eu entregasse outro livro e ficasse com aquele lindo exemplar de “Razão e Sensibilidade”. Na época, não o relacionei ao filme que “assistira” com minhas amigas, e como tinha muito tempo ocioso e amava livros, comecei a ler a obra.
            Fiquei maravilhada com a descrição que Jane fazia dos personagens e dos costumes da época, com crítica à sociedade extremamente machista, com a beleza da linguagem utilizada, etc. E, a partir daí, felizmente, Austen começou a me perseguir. No final de semana, minha tia me chamou pra ir pra casa dela assistir a um filme e, para a minha surpresa, era “Orgulho e Preconceito”. A princípio fiquei meio receosa, mas ainda no início do filme, vi algo que me chamou muita atenção: “Baseado no Romance de Jane Austen”. Fiquei louca e me sentindo muito idiota por não ter percebido isso anteriormente.
            Terminei de assistir e fiquei desesperada para ir pra escola e pegar o livro na biblioteca. Amei cada momento daquela história e, por fim, descobri os outros livros da autora inglesa, assisti a todas as adaptações cinematográficas, entrei em blogs e influenciei várias (os) amigas (os) a também participarem do incrível mundo da Jane Austen. Pra completar, conheci pessoas maravilhosas que desfrutam do mesmo interesse que eu (As Garotas de Pemberley), com as quais tenho transitado entre os séculos XVIII e XXI da maneira mais linda possível.
            Além de tudo já descrito, as obras de Austen impulsionaram minha militância feminista, uma vez que, através das personagens por ela construídas, pude ver o quão complicado é ser mulher em uma sociedade patriarcal, na qual o machismo, infelizmente, ainda é presente.

Minha história é uma prova de que muitas vezes, algo que dizemos que não gostamos, pode tomar um patamar de extrema importância em nossas vidas, uma vez que à segunda vista, também, podemos conhecer o amor.