quarta-feira, 1 de julho de 2015

Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela

Li “Senhora” pela primeira vez em 2008, e foi o único clássico que li na época da escola sem ter sido prescrito inicialmente para trabalho e/ou prova (acabou que no mesmo ano ele foi adotado para o mesmo fim). O amor foi tanto que desde então faço uma releitura anual, posto que “Orgulho e Preconceito” também ocupa no meu coração.

Sinopse: Publicado em 1875, dois anos antes da morte do autor, Senhora é um dos principais romances urbanos de José de Alencar, e uma de suas críticas sociais mais contundentes. Narrativa dividida em quatro partes, conta a história do casamento entre Aurélia, moça pobre e órfã que acaba se tornando herdeira de grande fortuna, e Fernando Seixas, frequentador dos altos círculos da corte, mas incapaz de manter financeiramente sua vida luxuosa. Apaixonada por Seixas em seus dias de pobreza, Aurélia é trocada pelo amado por uma moça com um dote de trinta contos de réis. Em uma das muitas reviravoltas do enredo, porém, Aurélia acaba herdeira de grande fortuna, e atrai Seixas de volta para si, anonimamente, em troca de uma quantia três vezes maior. No entanto, logo na noite de núpcias ela revela seu expediente e toda a hipocrisia inerente à transação da compra do marido, e a partir de então a relação dos recém-casados se torna um jogo mordaz de intrigas, manobras sigilosas e diálogos ácidos e repletos de subentendidos.

Embora a obra seja pertencente ao período Romântico, que apresenta como principal característica o amor é o único meio de redenção, “Senhora” já apresenta alguns traços do Realismo, como a crítica a futilidade e a fragilidade dos valores burgueses e certo grau de introspecção psicológica. O romance apresenta uma personagem feminina independente e gira entorno de dramas morais, intrigas de amor, desigualdade econômica, sociedade patriarcal e a importância do dinheiro, mas o final é feliz, pois o amor prevalece. O livro é dividido em quatro partes: Preço, Quitação, Posse, Resgate. A adoção desses termos estritamente comerciais destaca o ponto central da obra: o casamento como forma de ascensão social.

 “Senhora” teve diversas adaptações para a TV e o cinema. A primeira, no formato de teleteatro foi exibida pela TV Tupi em 1952 e trouxe Bibi Ferreira no papel principal. Entre tantas adaptações, destacam-se a versão modernizada “O preço de um homem”, exibida pela TV Tupi em 1952, com Arlete Montenegro; a novela exibida em 1975 pela TV Globo, com Norma Blum e Claudio Marzo, sendo esta a adaptação mais fiel do livro (minha mãe assistiu e fala muito bem dessa versão); e “Essas Mulheres” exibida pela Record em 2005, que apresentava em conjunto os três principais romances urbanos de Alencar, conhecidos como “Perfis de Mulher”: Lucíola, Diva e Senhora. Nesta versão, Aurélia e Fernando são interpretados por Christine Fernandes e Gabriel Braga Nunes (ainda me pergunto onde estava em 2005 para não ter assistido essa novela. Logo eu, que sempre fui tão noveleira?).

Fotos do casal Aurélia e Fernando nas novelas Senhora de 1975 e Essas Mulheres, de 2005.

Por fim, está no ar atualmente a websérie Dona Moça, produzida pela Adorbs Produções. Quem acompanha a página do blog no facebook sabe que desde a estreia eu tenho compartilhado o link dos episódios lá. A ideia para essa versão nasceu em um grupo no facebook que conversa sobre várias webséries e eu tenho um carinho especial por ela, não só por se tratar de um dos meus livros favoritos, mas também porque eu conheço as pessoas envolvidas na sua produção e me sinto orgulhosa em ver o trabalho delas dando tão certo.

Nessa versão, Aurélia Camargo é uma produtora de eventos. Junto com sua melhor amiga Fifi Mascarenhas ela possui a agência Dona Moça. Após uma vida difícil, Aurélia tornou-se uma promoter famosa, muito requisitada pela sociedade paulistana. O excesso de trabalho obriga Aurélia a contratar um assistente e, bom, o contratado acaba sendo o Fernando, seu antigo amor, que a trocou ainda na época da faculdade por uma jovem socialite. Com a convivência, lembranças antigas e sentimentos reprimidos virão à tona.

Fifi Mascarenhas (Silvia Bitente) e Aurélia Camargo (Aline Mattos)


A série vai ao ar toda quarta-feira, às 12h, no YouTube. Além dos vídeos, a história é contada por outras mídias, como twitter, posts no blog da empresa, Dona Moça Eventos, uma Coluna de Fofocas e playlists que ajudam a conhecer um pouco mais os personagens. A primeira temporada terá 10 episódios e hoje o sexto episódio foi a ar. Para saber mais informações, acesse o site, o blog e a página no facebook da Adorbs Produções.