sábado, 30 de janeiro de 2016

Clube do Livro - "Lost in Austen" e "O Jardim Secreto"

          No mês de janeiro, o debate do nosso clube do livro, escolhido pela Maria Cláudia, foram sobre o livro O Jardim Secreto, da escritora inglesa Frances Hodgson Burnett, e a minissérie britânica Lost in Austen, que foi ao ar no ano de 2008. Confiram o resultado do debate.

O Jardim Secreto, Francis Hodge Burnes



Sinopse: Clássico da literatura inglesa, "O jardim secreto "conta a história de duas crianças solitárias que decidem restaurar um jardim proibido, cujo mistério remete a um acidente ocorrido anos atrás. A amizade improvável entre os dois personagens funciona como uma metáfora para a descoberta do mundo e para o autoconhecimento. Escrito em 1911, o livro já inspirou diversas montagens no teatro e três filmes — entre eles, o longa americano homônimo de 1993, dirigido pela polonesa Agnieszka Holland, vencedor do prêmio Bafta.

Leitura com gostinho de nostalgia. A história já era conhecida, uma vez que o filme marcou a infância de muitas das GDPs. A história da amizade entre essas crianças é muito fofa, e apresenta lições importantes, como a importância da socialização desde a infância, do contato com o meio ambiente e a valorização do modo de vida mais simples. Um trecho destacado foi: “ Onde se cultiva uma rosa, um cardo não pode nascer”, aplicado tanto ao contexto da jardinagem, quanto para as relações humanas. O jardim floresce à medida que as crianças da mansão se transformam.

Lost in Austen


Sinopse: Amanda Price está cansada do mundo moderno. Ela anseia pelo romance e elegância encontrados nos livros da sua autora favorita, Jane Austen. Mas ela está prestes a ter uma surpresa, quando em uma noite fatídica, ela é impelida para o mundo do século 19 de Orgulho e Preconceito, enquanto Elizabeth Bennet é arremessado para o dela. Com o desenrolar da trama familiar, Amanda desencadeia novas reviravoltas românticas e tornase parte do círculo familiar dos Bennet, enquanto, desajeitadamente, ela tenta ajudar as irmãs a arrumarem maridos e ainda cativa o tentador Mr. Darcy para si mesma. Mas, e Elizabeth? O que será de uma das maiores histórias de amor do mundo?


Orgulho e Preconceito é um romance, por isso, o tom cômico da minissérie foi a primeira coisa a chamar atenção. Ao contrário do filme de 2005, o elenco não é muito atraente. A minissérie foi bem recebida bem recebida pela crítica inglesa na época do lançamento, porém, as mudanças quanto a história do livro e a caracterização dos personagens, bem como o resultado da interferência no destino dos personagens, promovida pela Amanda, que não fez muito sucesso entre nós, causou estranhamento entre alguns dos membros do grupo. O consenso é que a minissérie é divertida, e cumpre o seu papel como passatempo.




Nosso próximo debate será sobre o livro Morte em Pemberley, da P.D. James, e a minissérie Norte e Sul, baseada no livro de Elizabeth Gaskell.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Um leve choque de realidade e solidão


Título: Querido Jaime
Autor: Eduardo Lages
Editora: Amazon Serviços de Varejo do Brasil Ltda.
Páginas:80

Sinopse: Jaime é um homem solitário de 72 anos que se sente oprimido pelo vazio de sua casa. Infelizmente ele também não gosta muito de sair e ver o mundo. No dia em que é forçado a deixar seu lar, o inesperado acontece e o idoso é lançado em uma jornada de autoconhecimento onde o palco é a selvagem cidade de São Paulo.


Se olharmos nossas estantes de livros vamos dar de cara com uma gama gigantesca de livros estrangeiros, que nos transportam para mundos, países, cidades e/ou realidades diferentes, não é à toa que falamos que "viajamos com os livros sem sair do lugar" e isso é simplesmente maravilhoso! Conhecemos tão bem quanto nossa próprias mãos as realidades desses lugares e podemos refletir sobre as diferentes realidades sociais e culturais e etc...Mas...E a nossa realidade? Conhecemos ela tão bem quanto conhecemos as apresentadas através dos olhos dos autores estrangeiros?
     Foram com essas as questões que o livro Querido Jaime do paulistano Eduardo Lages me amarrou, prendeu, me deu um choque de realidade e me fez refletir sobre a solidão no meio de uma multidão de gente, a realidade das ruas e a consequência dos nossos atos e escolhas no nosso futuro e no de outras pessoas. Se era essa a intenção do autor? Não sei dizer, mas cada leitor tira dos livros um ensinamento.
     No livro acompanhamos um dia na vida de Jaime, um senhor de 72 anos que mora sozinho e, como todos nós, tem uma rotina que é seguida de forma metódica. Um senhor rabugento que tenta esconder sua infelicidade e seu sentimentos de vazios de si mesmo. Ele vive um incrível dilema : se sente oprimido dentro de casa e ao mesmo tempo sai dela o mínimo possível.
      Ao longo das 80 páginas do livro, Eduardo consegue nos dar um Tour pelo centro da cidade de São Paulo e nos mostrar de forma nua e crua a triste realidade das grandes cidades que tentamos esconder ou não ver. No começo estranhei um pouco o formato da narrativa, já que ao longo de toda história Eduardo nos leva ao passado do personagem para explicar as causas de algumas ações de Jaime no presente, mas logo você se encontra!
     A edição é simples porém bem feita e para a nossa alegria com extras! O autor disponibiliza à  nós leitores alguns anexos sobre seu processo criativo como fotos e ilustrações feitas por ele mesmo e além disso os livros vem com uma dedicatória especial!
     Quem é de São Paulo e ficou curioso sobre o livro dá uma passadinha na Av. Paulista próximo ao número 2000 para dar uma forcinha pro Eduardo (que tal tirarem uma foto com ele e enviarem pra gente? Ficaria legal na nossa linha do tempo da nossa página do Facebook...Ao estilo "Onde está o Wally?"!) e se você é como eu e mora no resto do Brasil entra em contato com ele pelo link do Facebook: https://www.facebook.com/lages.eduardo?ref=ts&fref=ts e compre seu exemplar! Além de um ótimo escritor Eduardo é super atencioso e um doce de pessoa! Espero poder ter em mãos uma nova história do Eduardo o mais rápido possível!
 



sábado, 23 de janeiro de 2016

De Búzios a Pemberley - uma adaptação moderna

       Como leitora, pude notar que é um grande desafio adaptar Clássicos. Muitos autores já tentaram, porém não foram tão bem sucedidos e críticas choveram por toda parte. Mas devo confessar: Estou positivamente impressionada com o resultado que a Lais Rodrigues me ofereceu.
       Primeiras Impressões é uma adaptação moderna, que traz Orgulho e Preconceito para o século XXI. Como garotas de Pemberley, ou seja, fãs de Jane Austen, conhecemos toda a ironia,  sarcasmo as críticas que Austen traz para suas obras, tornando uma adaptação um desafio para qualquer escritor pôr em prática. A sociedade do século XIX tinha seus trejeitos, e Austen, uma maneira sutil de criticá-los. Como eu já disse uma vez, se você quer adaptar uma autora que criticava a sociedade de sua época, você deve fazer o mesmo, criticando a sociedade da sua própria época. E a Lais, jovem autora baiana, me surpreendeu positivamente com sua adaptação moderna. Podem confiar no que digo: ela adaptou meu nº 1 no top 5. Se não estivesse bom, com certeza eu o diria.
       O livro vem trazendo a história de Liz Benevides (leia em voz alta e você perceberá a semelhança com a original) e Frederick Darcy. Se conhecem num verão em Búzios, RJ, onde a família Benevides é dona de uma rede de pousadas. Frederick [Darcy] é americano, e vem ao Brasil acompanhando seu amigo, Charles Bing, a fim de estudar um novo local para seu empreendimento, acompanhados [ou seguidos] por Caroline Bing, irmã de Charles. Liz e Jane, as filhas mais velhas dos Benevides, logo captam atenção especial dos americanos recém chegados, por falarem inglês fluentemente, por serem simpáticas, extrovertidas e, tipicamente brasileiras, muito bonitas.
       Os jovens, que têm entre 25 e 32 anos de idade, se tornam muito próximos nesse verão, mas Liz e Darcy não se dão muito bem. Caroline e Frederick, movidos, ela pela arrogância e ele pelo presunção, decidem se afastar dos Benevides, arrastando Charles com eles, encerrando assim o convívio. No entanto, Jane e Charles já estão apaixonados um pelo outro, o que torna a separação dolorosa e surpreendente.
       Por terem uma boa situação financeira, as meninas estudaram e possuem uma vida nos Estados Unidos, sendo uma em Boston e outra em Nova York. Sendo assim, um reencontro seria inevitável. Liz passa a ser íntima da família Darcy, uma das melhores amigas de Georgiana, irmã de Frederick, e, um tempo depois, sua cunhada também! Enquanto Jane toca sua vida e se envolve com um outro homem, na tentativa de esquecer Charles. Tentativa essa que se mostra infrutífera. Mesmo assim ela persiste.
       Frederick é um homem rico e influente, senador americano e agora candidato a vice governador, mas isso não o impede de se apaixonar perdidamente por Liz. O que atrapalha o casal é Lídia, irmã caçula de Liz, que se envolve num escândalo que seria prejudicial para a imagem do novo Vice Governador, e o que antes era um noivado agora se torna uma dolorosa separação.
       Bem, sabemos como a história termina [Lais não seria louca a ponto de mudar o final!], e sabemos que é um final lindo. Retornos, segredos revelados, redefinições de prioridades e valores, casamentos, e ainda tem uma gestação fofa no último capítulo! Como eu disse, problemas atuais, críticas atuais. Não poderíamos ter, em pleno século XXI, mulheres que buscam independência financeira através de casamentos com homens ricos, ou que ficam remoendo uma desilusão amorosa sem tocar a vida, ou que são obrigadas a casar com homens que não escolheram, ou que não as escolheram. Existe uma liberdade muito maior em nosso século. Mas ainda existe o orgulho e o preconceito, a diferença entre classes, os enganos e falhas de comunicação. E isso foi muito bem pontuado nessa adaptação.
       Por fim, adorei e recomendo o livro, tanto para fãs de Jane Austen, quanto para fãs de um bom romance. Delicioso do início ao fim!

Título Original: Primeiras Impressões
Autora: LRDO
Editora: Kiron
Páginas: 310

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Forca, fedor e um inocente


Quando resolvi escrever uma resenha para colocar no blog hoje, estava pensando em falar sobre um livro que comprei uns meses atrás que conta a história uma velhinha fofa que resolve reencontrar seu amor de adolescência. Mas não rolou. Tentei, tentei, tentei e nada prestou. Então me lembrei de algo totalmente fora do meu estilo que li semana passada. Lá vamos nós...

Numa conversa com um amigo sobre leituras de férias, ele me indicou um autor novo. Segundo ele, uma cara fera que manja muito dos romances históricos. Como eu não tinha nada pra fazer na minha última semana sem trabalhar, fui logo procurar. O autor é Bernard Cornwell e, queridos, melhor coisa que resolvi fazer naquele dia.

O livro que escolhi ler foi O Condenado. Pelo que pesquisei, foge um pouco do estilo das outras obras dele, pois é um romance policial, mas nem por isso deixa de ser bom. O protagonista é Rider Sandman que lutou na Batalha de Waterloo e quando volta pra Londres está sem dinheiro, sem emprego e leva um pé na bunda da noiva.

Um belo dia, ele recebe uma carta com uma proposta de emprego temporário. Na teoria, ele só precisa conseguir a confissão de um condenado a forca. Charles Corday, um pintor gay, foi acusado de estuprar e assassinar a condessa de Avebury. Por que o governo está preocupado em conseguir uma confissão do cara, sendo que na época pouco se importavam com a inocência do morto? Porque Sua Majestade, a Rainha, interferiu no caso e acredita no rapaz.

Assim que conhece o acusado, Sandman sabe que não foi ele quem cometeu o crime e parte em uma busca pelo verdadeiro assassino. Isso é algo que me incomoda nele, sempre certinho, defensor dos fracos e oprimidos, incorruptível. Enfim, no meio dessa jornada, ele precisa contar com a ajuda de seus amigos (personagens muito mais legais do que ele) e é jurado de morte. Pra completar, sua ex-noiva resolve dar as caras.

A Inglaterra mostrada no livro é bem diferente daquela que conhecemos pela obra de Jane Austen, apesar de O Condenado se passar poucos anos depois dos livros dela. Cornwell mostra uma sociedade cruel, cidades nojentas e uma justiça injusta. É quase possível sentir o cheiro podre da prisão Newgate e a descrição dos enforcamentos é muito bem feita, assim como todo o contexto histórico, citando até mesmo o nome de pessoas que realmente existiram  e que trabalharam para a coroa na época.

Sem qualquer dúvida, a minha personagem preferida é Sally Hood (Hood? Sim, igual ao Robin. Que, aliás, é irmão dela! Pasme haha). Ela é uma menina pobre, que não se importa com as convenções sociais, fala o que pensa seja pra quem for e posa nua para um pintor por precisar de dinheiro e ter seios muito bonitos. Sally é amiga de Sandman e é de grande importância para a resolução do caso.

Bernard consegue manter o mistério até o final do livro e a cada novo personagem que ele apresentava eu mudava de suspeito. Algo que não me agradou muito foi o fato de que o romance do protagonista com a ex por quem ele ainda era apaixonado não ter sido muito explorado. Desculpa, sociedade. Fiquei mais preocupada com o fato de talvez ele não  conseguir se casar do que com o Corday ir para a forca.


Aliás, a leitura tem um ritmo bem rápido, tudo acontece em sete dias e por isso na maior parte do tempo só consegui pensar "Já era, amigo. Se até agora tu não achou o cara, pode ter certeza que não acha mais. O pintor vai pro buraco". Enfim, gostei bastante de O Condenado e tenho certeza de que ainda lerei outras obras do autor. 


Título Original: Gallows Thief
Título no Brasil: O Condenado
Autor:  Bernard Cornwell
Editora: Record
Páginas: 272

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Encontro de Fãs de Jane Austen - RJ


       Aconteceu ontem (17/01/2016) o Encontro de Fãs de Jane Austen no Rio de Janeiro, organizado e apresentado pela Lais Rodrigues, autora do livro Primeiras Impressões, e por mim, Michelle. E não poderia ser melhor! Estávamos nervosas, com medo de algo dar errado, de não ter brinde pra todo mundo... mas foi sucesso total. Todos saíram de lá com lembrancinhas, entre botons, marcadores, livros e DVDs.

       O evento ocorreu em forma de bate papo, onde começamos falando da autora, sua vida, suas influências. Passamos para seus livros individualmente, as características de cada um, as adaptações cinematográficas de cada, curiosidades e bastidores, e sorteamos um exemplar (ou mais) de cada livro dela. Depois falamos de algumas adaptações, desde livros fanfics publicados a filmes/vlogs. E então, tivemos nosso Game. Super-divertido, consistiu em mostrarmos uma imagem de algum personagem de uma adaptação de livros dela, e quem acertasse o personagem ganhava um kit de marcadores. Alguns foram fáceis, outros só acertaram depois de muitas dicas e chutes!
Os sorteados!

Quem não foi, literalmente perdeu!
Eu gostaria de fazer alguns agradecimentos agora. Vou ser breve, mas não poderia deixar de lembrar:

1) Laís Rodrigues
Fofa, muito muito muito obrigada pelo seu apoio, sua ajuda, seu envolvimento, seu comprometimento. Foi essencial! Por ser meu primeiro evento e você ser mais experiente, esse evento não teria sido tão bom sem você. Obrigada, de verdade!

2) Fernanda Avelar
Não te conheço, mas agradeço pela sua ajuda nos bastidores. Graças a você nosso evento teve marcadores lindos, e foram tantos que ate sobraram! Seu contato com a Martin Claret para nos ajudar foi muito bom. Muito obrigada!

3) Pedrazul Editora
A essa editora, relativamente nova no mercado, mas que já está no top 5! Muito obrigada pelos marcadores com os quais nos presenteou. O evento ficou muito mais bonito! Vocês são 10!

4) Martin Claret Editora
Quem esteve presente viu a quantidade de marcadores e livros que foram sorteados. Praticamente toda a coleção de Jane Austen lançada pela editora pôde ser sorteada no evento, e graças a essa editora linda! Obrigada por apostar em nós, e saibam que foi um sucesso!

5) Livraria da Travessa Leblon
O tempo estava feio, chuvoso, e pudemos seguir com nosso encontro sem contratempos. Livraria organizada, que nos prestou toda ajuda que precisamos. Obrigada por nos acolher!

E a todos que estiveram presentes, muito obrigada pelo carinho, pelo abraço, e por serem fãs dessa diva de 200 anos que não deixa de encantar e ensinar, passe o tempo que for! Sem vocês, esse evento não seria possível. E que venha o próximo encontro! 
Nossos convidados

PS.: Mais fotos no facebook! 

sábado, 16 de janeiro de 2016

"O Nome da Estrela é o que você teme"

Título no Brasil: O Nome da Estrela
Título Original: The Name of The Star
Autora: Maureen Johnson
Tradução: Larissa Helena
Editora: Fantástica Rocco
Páginas: 392
Sinopse: 
Nem bem Rory Deveaux pisou em Londres, logo recebeu uma enxurrada de informações sobre o único assunto que parecia interessar a todas as pessoas na cidade: o assassinato de uma mulher seguindo os mesmos moldes do crime praticado por Jack, o Estripador quase um século atrás. Por uma sinistra coincidência, o internato onde a garota recém-chegada dos Estados Unidos iria morar ficava bem na área de atuação do serial killer mais famoso da Inglaterra. Em dias normais, a área já era frequentada por turistas interessados na história. Imagina agora com um maníaco querendo imitá-lo.


As preocupações de Rory no momento, porém, eram outras. Com seu sotaque diferente e a inexperiência de dividir o quarto com outras pessoas, a adolescente estava morrendo de medo de não se adequar à nova vida. Os pais tiraram um ano sabático e iriam lecionar Legislação Norte-Americana na Universidade de Bristol. Eles deram a Rory a chance de escolher onde gostaria de estudar durante este período. Ela não teve dúvida: Londres. Escolheu Wexford, no East End da cidade. Depois de várias horas de voo da Louisiana até a Inglaterra, lá estava ela diante de Hawthorne, o dormitório feminino da escola.



Os primeiros dias transcorreram de forma mais fácil do que o esperado. Teve a sorte de ter apenas uma companheira de quarto e de Jazza ser bem legal. Apesar de não ser popular e já ter ganhado a antipatia da monitora de seu prédio, Rory tinha feito também um amigo especial, Jerome. A única experiência negativa tinha sido se engasgar durante o jantar na frente de todo mundo, mas havia sido apenas um susto. Quer dizer, negativa também era toda essa história de Jack, o Estripador. Pouco tempo depois de sua chegada havia uma nova vítima, justamente no mesmo dia e seguindo o mesmo padrão do crime praticado pelo serial killer em 1888. Era impossível escapar do assunto, ainda mais quando os assassinatos eram praticados tão perto de onde ela estava.



Na data do terceiro assassinato praticado por Jack, o Estripador, a polícia montou um verdadeiro esquema de guerra a fim de coibir um próximo crime. Todos estavam proibidos de deixar os dormitórios. Jerome, porém, estava entediado e convenceu as duas meninas a subir no telhado do dormitório masculino para acompanhar a movimentação lá de cima. A travessura pareceu não ter consequências mais sérias, mas alguma coisa ficou incomodando Rory: por que só ela havia visto aquele homem careca e com roupas ultrapassadas que abordou tanto ela quanto Jazza na volta furtiva ao dormitório feminino? Por que Jazza insistia que não tinha visto ninguém? Quem era aquele homem? Com um frio percorrendo a espinha, logo ela descobriria a resposta. E um grupo bem especial de policiais também. (Fonte: site da editora)




Quando O Nome da Estrela foi apresentado no Fanáticos Rocco, em outubro de 2015, como um dos lançamentos da editora, logo fiquei interessada na história. Um livro de mistério, ambientado em Londres, em que parte da ação se passa em um colégio interno e com a participação do que seria o primeiro serial killer da história, possui diversos elementos que chamam a atenção. Então, quando ganhei o livro no sorteio fiquei mais do que feliz.



Não vou falar muito sobre a história, uma vez que a sinopse está bem completa e eu não quero dar nenhum spoiler. O livro atendeu as minhas expectativas quanto a um bom thriller, ao apresentar suspense, ação e romance na medida certa. A protagonista Rory é a principal narradora do livro, e assim como os demais personagens é bem carismática. Como ela não é inglesa, aprendemos junto com Rory sobre as teorias e conspirações que cercam a personalidade de Jack, o Estripador, porém a apresentação desses fatos não é cansativa. Além disso, alguns capítulos são narrados por outros personagens secundários, que trazem informações importantes para o desenvolvimento da trama. Também gostei muito da capa e do projeto gráfico do miolo do livro, que contribuem para o clima da história. O final é eletrizante (literalmente) e me deixou louca para ler o próximo livro.



O Nome da Estrela foi publicado originalmente em 2011 é o primeiro livro da Trilogia “Sombras de Londres”, da escritora estadunidense de ficção para jovens Maureen Johnson. Além dos livros da trilogia, a história possui um prequel, termo em inglês para uma obra cuja a trama apresenta eventos que ocorreram antes da história original, disponível no perfil do wattpad da autora. A Maureen Johnson possui um perfil no twitter que vale a pena ser seguido (@maureenjohnson). O Nome da Estrela ganhou o prêmio da YALSA (associação de bibliotecas dos EUA) como melhor Ficção para Jovens Adultos em 2012, além de ter sido indicado ao Edgar, prêmio máximo da literatura de mistério dos EUA

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

O desabrochar de uma mulher

Chimamanda Ngozi Adichie.
Nunca tive muito contato com a literatura africana. O único livro que tinha lido até semana passada que se passava no continente era Planície Proibida, sobre descendentes de colonizadores holandeses durante  a Guerra dos Boeres. Então apareceu Hibisco Roxo, de Chimamanda Ngozi Adichie.

Conheci a Chimamanda pelo livro "Sejamos Todos Feministas"(Companhia das Letras, 2015) e de alguns discursos seus também sobre feminismo, especialmente o que ela fez em uma formatura na Universidade de Wellesley. No entanto,  confesso que não esperava uma obra tão forte como esse livro.

Hibisco Roxo conta a história de Kambili, uma menina nigeriana de 15 anos extremamente tímida e reprimida. Ela mora com seu irmão mais velho Jaja, que tenta protegê-la sempre, sua mãe Beatrice, a típica esposa submissa que pode ser encontrada em qualquer lugar do mundo, e seu pai, um homem extremamente católico, dono de um jornal de oposição ao governo e de várias fábricas de alimentos. Ou seja, muito rico.
Esse pai, Eugene, é sem dúvida o personagem mais complexo do livro. Completamente cego pelo fanatismo religioso, ao mesmo tempo que é conhecido por gastar boa parte do seu dinheiro com caridade e ajudar sua comunidade, é um carrasco dentro de casa. Espanca sua mulher e filhos com frequência por motivos bestas, como não querer visitar o pároco por estar passando mal, não ser o primeiro da turma ou tomar café da manhã antes de ir à missa. Ele também rejeita seu pai por não ter se convertido ao Catolicismo e seguir sua religião politeísta e foi responsável por pelo menos dois abortos que sua esposa sofreu. 

A realidade desta família começa a mudar quando uma irmã de Eugene aparece. Ifeoma é o completo oposto de Beatrice. Ela é uma professora universitária totalmente independente que cria sozinha seus filhos
e os estimula a serem pessoas críticas e questionadoras. Quando ela convence o irmão a deixar os filhos a passarem uma semana com ela, Kambili e Jaja conhecem um mundo novo, sem a ameaça do inferno (e dos castigos paternos) pairando sobre eles. 

Na casa da tia, sem os luxos e regras com que está acostumada, a menina passa a desabrochar e ver o mundo de forma diferente. Aprende a questionar, a ter vontades próprias, a rir e sorrir,  se apaixona pela primeira vez e descobre que ao contrário do que seu pai diz, nem tudo é pecado. Tudo isso acontece gradualmente com ajuda de sua tia, seus primos e especialmente do padre Amadi.

A relação dela com o padre é doce e pura, e a paixão platônica que a garota desenvolve é benéfica a ela (ao contrário do que se pode imaginar quando o assunto é ficar apaixonada por padres). Pe. Amadi é um cara completamente diferente dos que Kambili conhece. Ao mesmo tempo em que leva muito a sério seu sacerdócio, ele sabe respeitar as tradições do povo local e mostra à menina outras formas de vida, sem deixar sua fé de lado.

Ao mesmo tempo que a autora conta a história de Kambili, ela mostra a realidade do sistema educacional e político do país, a influencia da colonização branca e do catolicismo na vida das pessoas e traços da cultura da Nigéria. Ela joga na cara do mundo que nem todos que vivem no continente africano são extremamente pobres e que cada país tem culturas e tradições independentes. O livro também é totalmente feminista, o que eu já esperava, e aborda o tema de forma indireta, mas muito forte.  Com certeza foi um ótimo jeito de começar as leituras do ano.

Título Original: Purple Hibiscus
Título no Brasil: Hibisco Roxo
Autor: Chimamanda Ngozi Adichie
Editora: Companhia das Letras
Tradução: Julia Romeu
Páginas: 324


PS: Estou aceitando mais livros da Chimamanda de presente

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Especial Clássicos - Shakespeare

Título Original: Romeo and Juliet
Título Nacional: Romeu e Julieta​
Autor: William Shakespeare
Editora: L&PM P​ocket
Tradução: Beatriz Viégas-Faria
Páginas: 160
​Sinopse: Em Verona, na Itália, por volta de 1600, a rivalidade entre os Montecchios e os Capuletos acentua-se e os conflitos estendem-se a parentes e criados, apesar do apelo do príncipe pela paz. Num baile de máscaras na casa dos Capuletos, Romeu Montecchio conhece Julieta Capuleto. A paixão é mútua e instantânea. Ao descobrir que pertencem a famílias inimigas, os dois se desesperam. Resolvem casar-se secretamente, com a cumplicidade de frei Lourenço. No entanto, o destino desse amor seria trágico.



       É um verdadeiro desafio resenhar esse clássico. Por diversos motivos, contudo destaco dois: 1) o amplo conhecimento que dele possuem, e 2) a dinâmica da história. Não há quem não relacione Shakespeare a Romeu e Julieta mais que instantaneamente; nem terminamos de pronunciar o nome do autor e a obra já é lembrada. Uma história que se passa há mais de 400 anos e continua atual e arrancando suspiros.

       Para quem não a leu, Romeu e Julieta conta a história dos filhos de duas famílias rivais - lê-se inimigas mortais - que se apaixonam sem saber um quem o outro é. Ao descobrirem, decidem, contra qualquer tipo de argumento, casar-se às escondidas. Mas um acidente os separa, e como solução, o Frei que os casou bola um plano: Julieta finge estar morta e será resgatada por Romeu, eles fogem e vivem felizes para sempre. Mas um erro na entrega da mensagem faz com que Romeu pense que Julieta está de fato morta e se suicida, o que faz com que Julieta também se suicide ao ver seu amado sem vida ao seu lado.
       Cliché? Pode ate ser, mas esse foi o Pai de todos os clichés, então vale a pena! 
       Tudo acontece muito rápido. A apresentação das famílias, o baile, o amor a primeira vista, o casamento - no dia seguinte!, as mortes... uma sucessão de acontecimentos importantes que não dá pra perder absolutamente nada. Piscou, perdeu! A história acontece num intervalo de alguns dias apenas. E ao mesmo tempo que dá vontade de você engolir o livro atropelando as palavras e pulando direto pro final, é uma história escrita para se deliciar, pausadamente, sentindo o sabor de cada sensação vivida pelos personagens; o que não é difícil, visto que o livro é escrito em formato de peça, ou seja, você sabe quais são os sentimentos porque os próprios personagens os exprimem em palavras.

"Amor é uma fumaça que se eleva com o vapor dos suspiros; purgado, é o fogo que cintila nos olhos dos amantes; frustrado, é o oceano nutrido das lágrimas desses amantes. O que mais é o amor? A mais discreta das loucuras, fel que sufoca, doçura que preserva."

       O casal é apaixonado e apaixonante. São muito jovens, Julieta tem apenas 14, então o relacionamento tem todo aquele frescor juvenil, a fragrância daquele primeiro amor, a aventura do escondido, a excitação do proibido, a pureza e a inocência infantil. Envoltos por uma sociedade preconceituosa e inflexível, eles lutam sozinhos com o calor do momento.
       Não posso deixar, no entanto, de dizer que existem partes meio monótonas no livro, mas atribuo às longas falas, e a escrita rebuscada, características do próprio autor - e isso pode ser observado em suas outras obras. Alguns discursos são bastante longos, e jorram palavras que vivem escondidas no dicionário. Mas demos um desconto para o pobre Willian: o cara viveu no século XVI! 

sábado, 9 de janeiro de 2016

É o primeiro amor que nos move por toda a vida?

Título: Primavera Eterna
Autora: Paula Abreu
Páginas: 128
Editora: Arqueiro


Sinopse: Maia é uma jovem publicitária bem-sucedida. Tem um emprego estável, um namoro estável, uma vidinha estável. Até demais. Certo dia, tentando imaginar como seria sua vida no futuro, o casamento, os filhos, visualiza duas crianças loirinhas correndo... Loirinhas? Então ela se dá conta de onde vem aquela cor de cabelos: Diogo, o menino por quem se apaixonou à primeira vista aos 12 anos, numa cidadezinha do interior, onde costumava passar os fins de semana com a família. Acontece que ele se mudou para os Estados Unidos há mais de dez anos, e a essa altura da vida, já nem deve se lembrar mais dela.
Mesmo assim, num impulso, Maia pede férias na agência, inventa uma viagem de trabalho como desculpa para o namorado e vai para Nova York, atrás do seu primeiro amor. Primavera Eterna é a história de uma jovem cheia de sonhos esquecidos, que ousa arriscar tudo o que tem e acaba encontrando a si mesma. 



Lá estava eu na fila do caixa em um loja no centro de São Paulo quando dei de cara com esse livrinho de apenas 128 páginas, folhas amareladas, capítulos curtos, fonte de bom tamanho e capa perfeita. Me apaixonei e tive que levar. Primavera Eterna é um chick lit e contrariando o que a maioria dos livros do gênero traz, a protagonista é encantadora e muito madura. Além de engraçada, meiga, inteligente, leitora e escritora.

O livro se passa em apenas um dia. Conhecemos Maia enquanto ela está esperando para se encontrar com Diogo, o menino dos cabelos dourados e dono do seu coração. Mas ele está terrivelmente atrasado e ela começa a duvidar de que ele realmente vá se encontrar com ela. E nós também começamos a duvidar junto kkkkk

Enquanto ela o espera, começa a se lembrar e nos contar como conheceu aquele menino e como ele acabou se tornando seu primeiro amor. Os planos que fizeram ou que apenas ela fez na sua cabeça, os sonhos que ela tinha quando era pequena, como ser uma grande escritora, mas que acabou deixando de lado, para ter uma vida que as pessoas chamam de estável.

A escrita do livro é muito leve e gostosa. Mas ele é o tipo ideal para quem está com crises existenciais e que acha que a vida não está fazendo muito sentido. É um livro muito carismático, li ele em uma horinha, enquanto esperava para fazer um raio x.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Dia do Leitor - Presentes para Leitor!

       Olá amigos! Hoje é o dia que saudamos nossos colegas tão apaixonados quanto nós. E eu só posso estar falando de uma paixão: LIVROS! Hoje é o Dia do Leitor, e se no Dia dos Pais os pais ganham presente, no Dia das Mães as mães ganham presente, no Dia das Crianças as crianças ganham presente, nós, no Dia do Leitor, também merecemos ganhar presentes. Sim ou com certeza? Então separei, especialmente com essa finalidade, algumas dicas para que nossos amigos possam achar o presente ideal, que vai fazer nossos queixos caírem e nossos olhos brilharem!

1. Aparadores de Livros

A TokStok tem alguns modelos de aparadores que são uma lindeza! Esses dois, por exemplo. O Pequeno Príncipe e sua raposa, ou então um cachorrinho fofinho. Não é uma graça?! 

2. Anel para Leitura

Esse é perfeito pra você que lê no ônibus, no metrô, ou qualquer lugar onde esteja em pé. A Elo7 tem em estoque, mas corre que tem poucas unidades (e frete grátis!).

3. Mini Caixas de Fósforo de Clássicos Literários

Sim! São caixinhas de fósforo, mas eu duvido muito que você teria coragem de usá-los! Só tem um porém, o distribuidor não entrega no Brasil, então esse é o momento de cobrar aquele favor daquele seu amigo que mora nos Estados Unidos, lembra? Nesse link tem mais informações! 

4. Case para Ipad em formato de Livro

Não tenho um Ipad, mas quero uma capa dessa! Compre a sua aqui. Aproveita e compra pra mim também!

5. Luminária com Clip para Livros

A venda no Mercado Livre. Esse vendedor é confiável, e o preço é maravilhoso! Funciona com pequenas baterias, que duram meses se cuidar direitinho.

6. Carimbo de Biblioteca Personalizado

Quem nunca sonhou em ter seus livros carimbados e catalogados como nas bibliotecas? Se você nunca sonhou, já pode começar a sonhar! A Paperview personaliza com o texto e a imagem que você preferir, e ficam lindos. Personalizando seu acervo pessoal!

7. Carimbo Chancela para Livros

Se você é mais sofisticado e não quer um carimbo comum, que tal essa ideia, também na Paperview, para identificar seus livros? Não é uma ideia muito barata, mas fica tão lindo que vale a pena!

8. Abajur em formato de Livro

Esse abajur é o sonho de todo leitor! Ele é a bateria, e dura 8 horas. É recarregável como um celular. Fique a vontade para pesquisar; eu encontrei nesse link aqui.

9. Bijoux e Acessórios Inspiradores

Alice no País das Maravilhas? Divergente? Maze Runner? A Seleção? Eu sei, eu sei, dá vontade de levar tudo! A Garota Hipster Store vem com novidades atras de novidades, e são tão lindos que ficamos com uma dúvida cruel na hora de escolher!

10. Óculos em Prisma para ler deitado

Se tem uma coisa que todo leitor gosta é ler antes de dormir, mas muitas vezes lutamos muito para achar uma posição confortável. Com esse óculos esse problema acaba! Mas esse link é outro que você tem que pedir pro seu amigo dos Estados Unidos receber pra você!

11. Case Personalizado para Kindle

Livro Físico ou Digital? Nesse link vamos aprender a fazer uma case para o Kindle a partir de um livro antigo. Se você tem pena de estragar seus livros, vá a um sebo, compre um livro velho com os olhos fechados e pronto, problema resolvido! Eu vou tentar fazer, se conseguir mostro os resultados para vocês!

12. Mr. Darcy

Infelizmente não da pra providenciar pela internet um Sr. Darcy para cada leitora. Mas aqui encontramos vários presentinhos para quem ama esse personagem. Camisa, caneca, boton, capinha para celular, chaveiro... (Se você não quiser fazer pelo site, pode só tirar umas ideias e procurar lojas que personalizem brindes, como a Dimona, por exemplo.)

13. E se tudo falhar...

Sempre tem uma Saraiva, Livraria da Travessa, Livraria Cultura, Sebos, Amazon.com... Uma infinidade de opções! Não tem como errar (e se errar a gente troca!).

Boas compras!




NOTA: ESTA AUTORA DECRETOU FALÊNCIA NESTA DATA POR RAZÕES DESCONHECIDAS.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Clube do Livro - "Orgulho e Preconceito" e "A Dama Dourada"

O debate do Clube do Livro no mês de Dezembro foi bem diferente. Como você já deve ter reparado, Orgulho e Preconceito foi o livro debatido. Você deve pensar “Mas vocês já leram 174820 vezes esse livro, e já devem ter falado sobre ele 97582659 vezes!” E sim, você está certo, mas o diferencial é que cada menina foi desafiada a ler esse livro em OUTRO IDIOMA! E o filme foi um lançamento 2015, um drama baseado numa história verídica. Vamos ver o que rolou?


LIVRO:
- A leitura em uma língua estrangeira trouxe novas experiências e nuances antes não percebidas, e agora ficaram  evidentes.
- Ler Orgulho e Preconceito depois de tantas adaptações - filmes e livros e fanfics - trouxe uma reflexão mais aprofundada. Enquanto o livro traz a visão de Lizzie, tivemos leituras de “O outro lado de Orgulho e Preconceito”, “As Sombras de Longbourn” e “O Diário de Mr. Darcy” para contrastar, com as visões do Darcy e dos empregados. Foi legal fazer essa reflexão.
INGLÊS - Algumas piadas em inglês fizeram mais sentido; a timidez do Darcy ficou mais nítida, e menos confundida com presunção; a discussão da Lady Catherine com a Lizzie trouxe
muitas das palavras que o próprio Darcy havia utilizado quando pediu a primeira vez a mão da Lizzie, deixando muito claro a influência da tia na personalidade do sobrinho.
FRANCÊS - “Mes sentiments et le désir ne changent pas, mais dites-moi un mot, et je vais toujours.” Descobrimos que é possível se apaixonar ainda mais pelo Mr. Darcy!
MANGÁ EM INGLÊS - Foi bem legal ver as caracterizações dos personagens! Algumas coisas ficaram bem diferentes do que imaginamos, ou do que o cinema desenha pra gente!
ESPANHOL - Deixou a leitura mais leve e divertida! Ficou muito engraçado! E quem não leu já ficou imaginando um Orgulho e Preconceito versão novela mexicana!


FILME:


Título Original: Woman in Gold
Título no Brasil: A Dama Dourada
Diretor: Simon Curtis
Distribuidor: Diamond Films
Classificação: 10 anos
Duração: 1h50min
SinopseDécada de 1980. Maria Altmann (Helen Mirren) é uma judia sobrevivente da Segunda Guerra Mundial que decide processar o governo austríaco para recuperar o quadro "Woman in Gold", de Gustav Klimt - retrato de sua tia que foi roubado pelos nazistas durante a ocupação. Ela conta com a ajuda de um jovem advogado, inexperiente e idealista (Ryan Reynolds).

- Carga dramática no ponto certo. Final feliz! Ryan Reynolds gato!
- Helen Mirren é uma lady!
- Alguém discorda???

Um filme intenso, forte e expressivo, que trouxe reflexões profundas. Até os personagens entendem com o decorrer da história que a questão vai muito mais além do que simplesmente o financeiro. A crítica com relação ao sistema, que diz que apoia mas apenas até onde não o prejudica, também é muito forte, e a carga emocional, por saber que é uma história real, aumenta a expectativa pelo desfecho feliz.
Teria tudo pra ser um filme mega triste, mas como a perseguição aos judeus foi retratada por flashes de memória, tornou o drama mais leve, sem perder a emoção. O cenário político da época foi muito bem mostrado. As cenas dos tribunais foram ricas em detalhes e muito reais.
E o que dizer da Trilha Sonora? Uma das coisas boas que o Clube do Livro das Garotas de Pemberley  trouxe foi o gosto pela análise da trilha sonora dos filmes/séries. Antes, a maioria não prestava atenção nisso, hoje quase todas já são atentas a esse tópico, que não deixou a desejar na Dama Dourada. A trilha sonora nos leva para o tom do drama. As vezes uma cena sem diálogos, mas a música te faz sentir o que o protagonista sente. Muito bem colocado.
Foi muito legal ver também o desfecho da história, na verdade já nos créditos, quando diz onde eles usaram o dinheiro que receberam: doações para caridade, museus de arte e pro museu de memória do holocausto. Mostra que realmente a luta era por direitos, não por dinheiro.

Por fim, com as palavras de quem escolheu o filme pro debate: “Acho que o objetivo do filme não foi apenas alertar contra o nazismo, mas mostrar que quando você está certo, não há lei nem esforço que te impeça de reaver o que é seu. Mostrou que nem tudo é perfeito na história do mundo, que o ruim aconteceu pra que não se repita. E o fim não justifica os meios.”

domingo, 3 de janeiro de 2016

“Reader, I married him.” (Jane Eyre)


(por Aline Tavares)


Título no Brasil: O Casamento da Princesa
Título Original: Princess Diaries Royal
Wedding
Autora: Meg Cabot
Tradução: Alice Melo
Editora: Galera Record
Páginas: 448

A primeira resenha do ano, ao contrário do que indica o título, não é de um dos livros das irmãs Brontë (até porque não li Jane Eyre, ainda ). Falarei hoje sobre o livro mais divertido lido do ano de 2015, da minha terceira autora preferida, Meg Cabot (atrás somente de Jane Austen e J.K. Rowling), O Casamento Real, décimo primeiro livro da série O Diário da Princesa.



Essa série ocupa um lugar muito especial no coração de muitos leitores, uma vez que muitos de nós crescemos acompanhando as aventuras de Mia Thermopolis, uma garota nova iorquina que descobre ser herdeira de um principado europeu quando seu pai fica infértil devido a um câncer. Mia era uma adolescente comum e verá sua vida virar de cabeça para baixo com a notícia, uma vez que sai do anonimato para uma vida cheia de festas, recepções e aparições em público, seja em NY ou em Genovia, onde cada atitude sua é vigiada. A série de livros rendeu dois filmes legais, apesar das muitas diferenças em relações aos livros.


O primeiro livro foi lançado em 2000 e o décimo, que coincide com a formatura da Princesa na High School, foi lançado em 2009. Ao longo desse período acompanhamos Mia tendo de lidar com suas neuras (em especial a hipocondria), as dificuldades no colégio, as Lições de Princesa ministradas pela temível Gradmère, os desafios nas relações com amigos, colegas e família, e o romance com o nerd Michael Moscovitiz, o grande amor da Princesa. Mas uma das coisas que mais gosto na série é a sintonia com a cultura pop do período, que aparece na forma de livros, filmes, séries, músicas, celebridades, e facilitam a identificação com a história.


O décimo primeiro livro foi lançado em comemoração aos 15 anos do início do lançamento da série. No livro a princesa Mia conta o “inferno astral” que antecede o seu aniversário nesse ano: o pai está preso, o clima político em Genovia é tenso e ela não pode sair do consulado para nada, nem para o trabalho no Centro Comunitário que fundou, por causa de um stalker. No meio disso tudo Michael a leva para o Caribe e faz o pedido de casamento. Mas o retorno para a vida real aguarda muitas surpresas, entre elas uma meia irmã pré adolescente que mora em New Jersey.
O livro garante muitas gargalhadas com as trapalhadas da Princesa, mesmo depois de amadurecer um pouco. Dá para matar a saudade de personagens queridos e se encantar por novos, como a fofa Olivia Grace. A série continua antenada com acontecimentos da cultura pop, mas também discute temas mais sérios, como, por exemplo, a crise dos refugiados na Europa e o empoderamento feminino. Uma leitura divertida, com um toque de nostalgia.



Então precisa decidir, Principessa, o que quer fazer: vai calçar os sapatos de diamante e ir ao baile? Ou vai tirá-los e ficar em casa?