quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Clube do Livro - "Orgulho e Preconceito" e "A Dama Dourada"

O debate do Clube do Livro no mês de Dezembro foi bem diferente. Como você já deve ter reparado, Orgulho e Preconceito foi o livro debatido. Você deve pensar “Mas vocês já leram 174820 vezes esse livro, e já devem ter falado sobre ele 97582659 vezes!” E sim, você está certo, mas o diferencial é que cada menina foi desafiada a ler esse livro em OUTRO IDIOMA! E o filme foi um lançamento 2015, um drama baseado numa história verídica. Vamos ver o que rolou?


LIVRO:
- A leitura em uma língua estrangeira trouxe novas experiências e nuances antes não percebidas, e agora ficaram  evidentes.
- Ler Orgulho e Preconceito depois de tantas adaptações - filmes e livros e fanfics - trouxe uma reflexão mais aprofundada. Enquanto o livro traz a visão de Lizzie, tivemos leituras de “O outro lado de Orgulho e Preconceito”, “As Sombras de Longbourn” e “O Diário de Mr. Darcy” para contrastar, com as visões do Darcy e dos empregados. Foi legal fazer essa reflexão.
INGLÊS - Algumas piadas em inglês fizeram mais sentido; a timidez do Darcy ficou mais nítida, e menos confundida com presunção; a discussão da Lady Catherine com a Lizzie trouxe
muitas das palavras que o próprio Darcy havia utilizado quando pediu a primeira vez a mão da Lizzie, deixando muito claro a influência da tia na personalidade do sobrinho.
FRANCÊS - “Mes sentiments et le désir ne changent pas, mais dites-moi un mot, et je vais toujours.” Descobrimos que é possível se apaixonar ainda mais pelo Mr. Darcy!
MANGÁ EM INGLÊS - Foi bem legal ver as caracterizações dos personagens! Algumas coisas ficaram bem diferentes do que imaginamos, ou do que o cinema desenha pra gente!
ESPANHOL - Deixou a leitura mais leve e divertida! Ficou muito engraçado! E quem não leu já ficou imaginando um Orgulho e Preconceito versão novela mexicana!


FILME:


Título Original: Woman in Gold
Título no Brasil: A Dama Dourada
Diretor: Simon Curtis
Distribuidor: Diamond Films
Classificação: 10 anos
Duração: 1h50min
SinopseDécada de 1980. Maria Altmann (Helen Mirren) é uma judia sobrevivente da Segunda Guerra Mundial que decide processar o governo austríaco para recuperar o quadro "Woman in Gold", de Gustav Klimt - retrato de sua tia que foi roubado pelos nazistas durante a ocupação. Ela conta com a ajuda de um jovem advogado, inexperiente e idealista (Ryan Reynolds).

- Carga dramática no ponto certo. Final feliz! Ryan Reynolds gato!
- Helen Mirren é uma lady!
- Alguém discorda???

Um filme intenso, forte e expressivo, que trouxe reflexões profundas. Até os personagens entendem com o decorrer da história que a questão vai muito mais além do que simplesmente o financeiro. A crítica com relação ao sistema, que diz que apoia mas apenas até onde não o prejudica, também é muito forte, e a carga emocional, por saber que é uma história real, aumenta a expectativa pelo desfecho feliz.
Teria tudo pra ser um filme mega triste, mas como a perseguição aos judeus foi retratada por flashes de memória, tornou o drama mais leve, sem perder a emoção. O cenário político da época foi muito bem mostrado. As cenas dos tribunais foram ricas em detalhes e muito reais.
E o que dizer da Trilha Sonora? Uma das coisas boas que o Clube do Livro das Garotas de Pemberley  trouxe foi o gosto pela análise da trilha sonora dos filmes/séries. Antes, a maioria não prestava atenção nisso, hoje quase todas já são atentas a esse tópico, que não deixou a desejar na Dama Dourada. A trilha sonora nos leva para o tom do drama. As vezes uma cena sem diálogos, mas a música te faz sentir o que o protagonista sente. Muito bem colocado.
Foi muito legal ver também o desfecho da história, na verdade já nos créditos, quando diz onde eles usaram o dinheiro que receberam: doações para caridade, museus de arte e pro museu de memória do holocausto. Mostra que realmente a luta era por direitos, não por dinheiro.

Por fim, com as palavras de quem escolheu o filme pro debate: “Acho que o objetivo do filme não foi apenas alertar contra o nazismo, mas mostrar que quando você está certo, não há lei nem esforço que te impeça de reaver o que é seu. Mostrou que nem tudo é perfeito na história do mundo, que o ruim aconteceu pra que não se repita. E o fim não justifica os meios.”