quarta-feira, 31 de agosto de 2016

BEDA #31 - As Garotas de Pemberley na Bienal do Livro SP

E chegamos ao último dia do BEDA!!! E só não postamos em dois dias, agora na reta final, por motivos pessoais das nossas colaboradoras. Foi muito divertida essa maratona, e espero que vocês tenham curtido junto com a gente.

Domingo foi um dia particularmente especial, pois teve encontro do GDP na Bienal do Livro SP!!! E nesse post vamos falar um pouco sobre o que achamos do evento.

GDP em SP: Vanessa, Fernanda, Aline e Flávia.
 Fotos com a Samanta Holtz, Larissa Siriani, Fernanda Medeiros, Adelina Barbosa e Lavínia Rocha. 


Aline

Foram os dois dias mais intensos desse ano. Minha primeira Bienal em SP. Minha segunda vez na "terra da garoa" (que estava muito quente, contrariando os prognósticos de frio). Fiquei encantada com o tamanho do espaço, a quantidade de estandes, nem consegui visitar todos, e os inúmeros eventos que aconteciam simultaneamente.

Na quarta feira passada, mostrei minha lista de compras e outras indicações. Acabei comprando um livro a mais, o Confissões Online 2, um YA da carioca Íris Figueiredo. Fora isso foram muitos marcadores, bottons, além desse kit maravilhoso que ganhei na sessão de autógrafos de O garoto do cachecol vermelho, da Ana Beatriz Brandão (tem até camisa!!!). Além disso, conheci vários autores, matei a saudade de outros, e encontrei pessoalmente amigas com as quais converso a mais de dois anos pela internet, entre elas, em especial, as paulistas aqui do GDP. E tenho sentido cada vez mais orgulho da Literatura Nacional, com autores que demonstram talento desde muito cedo. Ana Bia, por exemplo, tem 16 anos!!! Já li três dos nove livro comprados (sou meio compulsiva) e estou apaixonada por Quando o amor bater à sua porta, Amor Plus Size e Como se fosse magia. Também tirei fotos no trono de ferro e na Plataforma do Harry Potter no estande da Rocco. Para quem quiser ver as minhas fotos, estou postando no meu instagram.

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Vanessa

Particularmente, eu adorei a bienal desse ano. Se em uma livraria já dá vontade de sair comprando um monte de livros, na bienal essa vontade é ainda maior. Não poderia ser diferente, com estandes de várias editoras que tanto gostamos tão pertinho da gente. 

Entretanto, como não dá para sair comprando tudo que se vê pela frente, foquei nos lançamentos que eu queria esse ano. E adquiri três deles, Amor nos tempos do ouro, da Marina Carvalho, No meio do caminho tinha um amor, primeiro livro lançado do Matheus Rocha e Muito amor por favor, escrito por quatro autores, Matheus Rocha, Ique Carvalho, Arthur Aguiar e Frederico Elboni.

Confesso que estou ansiosa para ler Amor nos tempos do ouro, pois recentemente estive em Ouro Preto e minha curiosidade por tudo que aconteceu nessa época foi despertada. E esse romance promete acrescentar ainda mais informações sobre esse tema, já que a autora estudou a história da época para escrever o romance. Os outros dois lançamentos são em formato de crônicas, e pretendo lê-los ainda esse ano, mas um pouquinho por vez. 

Além desses comprei outros dois livros, O orfanato da senhorita Peregrine para crianças peculiares de Ransom Riggs, e Eu sou Malala, de Malala Yousafzai e Christina Lamb. O primeiro, já tinha ouvido falar bastante, mas confesso que não me interessei muito, e nem pensava em adquiri-lo. Mas ao assistir ao trailer do filme no cinema, minha curiosidade aguçou bastante, e quero estar lá na estreia. Então resolvi comprar o livro e ler antes do lançamento do filme, que está previsto para 29 de setembro. E claro, comecei a leitura por ele, já que estou muito interessada na história. Li apenas as 50 primeiras páginas e já estou gostando bastante.

E por fim, a história da Malala eu comprei para conhecer melhor, saber além das coisas que já ouvi falar a respeito dela. Admiro a luta pela qual ela passou, e diz respeito diretamente à área em que trabalho, a educação.

Enfim, foi muito produtivo estar presente nessa bienal, pois comprei livros dos quais queria, conheci algumas escritoras, e reencontrei queridas amigas das Garotas de Pemberley, e deu para matar um pouquinho da saudade.

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Fernanda

A Bienal do livro é um verdadeiro paraíso para qualquer amante de livros, são tantos estandes diferentes que fica impossível decidir o que levar ou não, dá vontade de levar um exemplar de cada.

Esse ano fui com o objetivo de comprar alguns livros que eu quero muito ler, como O Navio das Noivas da Jojo Moyes, O Primeiro Último Beijo da Ali Harris e Quando o Amor Bater á sua Porta da Samanta Holtz ( que por sinal consegui conhecê-la e tive o livro autografado).

Mas o que eu gostei mesmo foi de caçar livros e conhecer autores novos, como Jackaby do William Ritter,que parece ser muito bom e estava com 50% de desconto e o livro Mais que uma Escolha da Bruna Longobucco, que me falou pessoalmente da historia e pediu que eu desse minha opinião aqui no blog (o que logo logo vou fazer).

Dessa vez comprei somente cinco, mas posso garantir que minha lista de desejos aumentou drasticamente, ainda mais com o tanto de amostras de livros (aqueles com o primeiro capitulo) que eu ganhei, isso só te deixa com mais e mais vontade de ler esses livros.



E é claro, o mais importante de tudo, foi rever as GDP de São Paulo ( Flávia e Vanessa) e conhecer a Aline. Infelizmente não conseguimos ficar juntas muito tempo, mas foi tempo suficiente para nos divertirmos muito e trocarmos muitas dicas de leitura.




terça-feira, 30 de agosto de 2016

BEDA #30 Amor & Amizade: Lady Susan no cinema





Título original em inglês: Love & Friendship

Título no Brasil: Amor e amizade

Ano produção: 2016

Dirigido por: Whit Stillman

Lançado pela primeira vez em 1871, Lady Susan é um livro um pouco diferente do que costumamos ler de Jane Austen. Isso porque ela não é aquela heroína austeniana tradicional, solteira, que procura um casamento. Isso definitivamente não define nossa protagonista. 

Antes disso, e longe de poder ser considerada ingênua, Lady Susan é uma imponente viúva, e essa sua condição não a deixou em uma situação financeira estável, digamos assim. Isso a fez fazer algumas “visitas” duradouras a amigos e parentes. E nessas visitas que desenrola o enredo desse livro que, nesse ano, teve uma adaptação lançada nos cinemas.


Tanto no livro quanto no filme, podemos observar uma mulher de temperamento marcante e envolvente, tão forte quanto a beleza da qual a marca. Aonde chega, Susan tem sua presença notada, como não poderia deixar de ser. Suas ações são todas voltadas pelo seu interesse próprio, em detrimento da felicidade dos demais, inclusive de sua filha, Frederica.

Susan mostra-se fútil, ao mesmo tempo que manipuladora, querendo que sua filha faça um casamento sem amor, por interesse, como era costume naquela época. Paralelo a isso, ela procura um novo casamento para que possa se estabelecer, e encontra no irmão de sua cunhada, Mr. Vernon, uma oportunidade para isso.


Lady Susan fica hospedada na maior parte da trama na casa de seu cunhado, Mr. Vernon, irmão de seu falecido marido, e todos ao seu redor, com exceção de sua cunhada Mrs. Vernon, acatam suas vontades, e caem nas articulações tramadas por ela. Durante todo o tempo, Susan conduz com astúcia suas artimanhas, entretanto o final tem uma pequena reviravolta.


Um dos pontos fortes que podemos citar nessa adaptação, foi o cenário, que recria muito bem os ambientes do século XIX. O figurino é outro ponto alto do filme, e as personagens estiveram impecáveis, especialmente Lady Susan, com vestidos suntuosos a cada novo ambiente. O longa é rico em detalhes, e retrata bem a nobreza da sociedade inglesa dessa época, e, assim como no livro, não deixa de ter seu toque de humor, com personagens caricaturados, como o Sir James Martin, pretendente de Frederica.


Apesar de ser uma história diferente das demais escritas por Jane Austen, Lady Susan, escrito de forma epistolar, também tem seu lugar garantido no coração das fãs, pois no fundo trata-se da mesma temática, de forma diferente, com certeza, mas nos mostra o que já estamos acostumados, uma mulher como protagonista que precisa lidar com as adversidades impostas a ela, querendo encontrar alguém para se casar.

O filme é bem descontraído e cumpre seu papel, nos levando a uma agradável viagem para século XIX.

Produtores: Katie HollyKatie Holly e Lauranne BourrachotLauranne Bourrachot

Roteiro: Whit Stillman

Elenco

Kate Beckinsale: Lady Susan Vernon

Chloë Sevigny: Alicia

Conor Lambert: Wilson

Emma Greenwell: Catherine Vernon

James Fleet (I): Sir Reginald DeCourcy

Jemma Redgrave: Lady DeCourcy

Jenn Murray: Lady Lucy Manwaring

Justin Edwards: Charles Vernon

Morfydd Clark: Frederica Vernon

Tom Bennett: Sir James Martin








domingo, 28 de agosto de 2016

BEDA #28 - [Resenha] Noiva e Preconceito


Sinopse: Na cidade de Amritsar, na Índia, a sra. Bakshi (Nadira Babbar) luta para encontrar bons partidos para suas quatro lindas filhas. Porém tudo vai por água abaixo quando Lalita (Aishwarya Rai), a segunda mais velha, decide escolher seu noivo. Do encontro com o magnata americano William Darcy (Martin Henderson) surge uma relação de amor e ódio. Lalita fica furiosa com o preconceito e a falta de respeito que William demonstra em relação à Índia, enquanto ele fica exasperado com as reclamações da moça, que o considera um americano mimado. Em meio a tantos atritos, nasce uma atração irresistível. 


Noiva e Preconceito é a versão bollywoodiana de Orgulho e Preconceito. O filme é estrelado por Aishwarya Rai, uma das maiores estrelas do cinema indiano, e o ator neozelandês Martin Henderson (Grey's Anatomy). Além disso, temos no elenco Naveen Andrews (Lost e Sense 8) como Balraj - Bingley e Alexis Bledel (nossa eterna Rory Gilmore) como Georgie Darcy. De maneira geral, o filme é fiel aos principais pontos da narrativa de Orgulho e Preconceito, incorporando adaptações relacionadas a cultura indiana e a sociedade no século XXI. Como é comum em filmes de Bollywood, há muita música e dança, como um musical. 

No filme, a tensão entre Lalita e Darcy gira em torno do preconceito que o Darcy tem em relação a certos aspectos da cultura indiana, o que deixa a mocinha bem ofendida. Outro ponto importante é forma como os personagens foram caracterizados. Ela tende a caricatura em alguns casos, como o Mr. Kholi, que é bem inconveniente no filme. Além da Índia, o filme tem locações em Londres e na Califórnia. 

O filme está disponível no catálogo do Netflix e vale a pena ser visto tanto pela diversão proporcionada, uma vez que algumas passagens são bens engraçadas, pela paisagem indiana, pelas músicas e pela percepção de como a narrativa da Austen dialoga com diferentes culturas e permanece atual.



FICHA TÉCNICA

Nome Original: Bride and Prejudice
Ano de Lançamento: 2004
Diretora: Gurinder Chada
Gênero: Comédia/Musical/Romance/Drama
Duração: 112 min

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

BEDA #26 - GDP Entrevista: Augusto Alvarenga


Augusto Alvarenga nasceu no interior de Minas, em João Monlevade, e atualmente mora em Belo Horizonte. É libriano, estudante de cinema, apaixonado por romances e histórias inspiradoras. Se diz viciado em narrativas – escritas, vistas ou contadas. Publicou seu primeiro livro, “Um Amor, Um Café & Nova York” em 2014, o segundo volume no ano seguinte. Seu maior desejo é conseguir tocar, cada dia mais, o coração das pessoas com suas palavras e páginas. Nessa entrevista ela vai falar um pouco sobre a carreira e suas obras.

1 - Quando e como você começou a escrever?

Eu comecei a escrever lá em 2010. Eu tinha 14 anos e tava querendo desabafar diversos sentimentos pelos quais eu estava passando, mas não sabia como fazer isso (já que não queria falar sobre). Acabei descobrindo a escrita, me apaixonei e não parei mais...

2 - Cada autor tem um processo de escrita. Como é o seu, desde a ideia inicial até o ponto final no último capítulo? Onde você busca inspiração para os seus livros?
Sempre que eu tenho uma ideia eu tento insistir nela por um tempo, pensar mais, explorar as possibilidades. Aí eu sempre tenho um caderninho comigo que eu costumo anotar tudo, todos os principais acontecimentos, uma espécie de “roteiro”, e procuro filmes parecidos para me ajudar a ambientar também. Depois, crio uma playlist especial e começo a escrever... Já a inspiração me vem muito na rua, “do nada”. As vezes estou no ônibus indo para a faculdade, ou na rua enquanto passeio com meu cachorro, e vem a ideia. Corro para casa (ou para o meu caderninho) para poder anotar tudo.

3 - Sua formação acadêmica influencia de alguma maneira a carreira de escritor?

Com certeza! No curso de cinema, além de aprendermos a fazer roteiros/criar personagens/explorar histórias, estamos sempre vendo filmes, curtas e coisas inspiradoras... então tudo isso acaba me ajudando demais na hora de escrever.

4 - Você possui livros de diferentes gêneros de romance. Como as diferenças entre eles afetam no desenvolvimento da escrita? Você pretende explorar mais algum gênero?

Com certeza, pretendo explorar. A questão das diferenças vem muito dos personagens, eles quem ditam como a história vai ser contada, como é o romance etc. Como os personagens são diferentes, acaba nunca tendo uma formula específica, e isso me ajuda muito a não ter uma zona de conforto. Não quero me prender em nada, então, veremos o que me inspira e consigo trabalhar de forma bacana...

5 - Há preferência entre escrever livros únicos ou séries?

Não... E eu quase nunca planejo isso. Penso numa história, e durante o desenvolvimento, se vejo que ela ficaria grande demais ou com potencial, eu acabo fazendo mais volumes. Os leitores também pedem muito certas continuações, mesmo que elas não estejam no planejamento. Acho que ambos os livros (únicos ou séries) são desafiadores, e eu realmente não tenho preferência... realmente, vai do que a história pede.

6 - Como você escolhe o local onde a história será ambientada? Você utiliza sua experiência ou faz pesquisas sobre o local? Como é o processo?

Ambas as coisas. Por exemplo, eu nunca fui à Nova York mas sou apaixonado pela cidade desde pequeno. Então, já sabia de algumas coisas que eu gostaria de fazer/visitar lá caso fosse, e aí coloquei tudo nos meus personagens. É sempre um pedaço de mim, com muuuuuita pesquisa, e um rumo próprio que a história sempre toma.

7 - Fale um pouco sobre seu lançamento mais recente. Quais foram os desafios enfrentados ao escrever essa obra?
Acho que o maior desafio no 1+1 foi dividir a história com alguém e saber onde aceitar as opiniões, onde ceder e onde se manter firme. É saber que não é uma história só sua, e fazer concessões pelo bem da história nem sempre é a coisa mais fácil...



8 - Qual é o papel da sua família na carreira literária?

Eles sempre me apoiam muito, e isso é muito bom. É sempre legal quando muitas vezes, vem parentes de outras cidades e a gente se encontra no lançamento, sabe? Acaba virando uma festa, e isso é muito gostoso. Meus pais são muito divulgadores, e isso também é bem engraçado. Eles estão sempre interessados com o que ando escrevendo, em como anda o mercado, e isso deixa as coisas um pouco mais fáceis.

9 - Qual é a importância da representatividade em obras voltadas para o público jovem adulto?

Na minha opinião, é das coisas mais importantes. É um tema que pretendo trabalhar sempre – independente do “tipo” de representatividade. Vivemos em um país tão abundante e diferente, que limitar os personagens e suas histórias a estereótipos e padrões é um absurdo. Por isso, pretendo sempre abordar o tema, colocando sempre personagens reais e situações reais nos meus livros, para que as pessoas possam ler e, com sorte, se enxergarem ali.

10 - Como é seu relacionamento com a atual editora?

Até o momento, as coisas têm funcionado bem e temos sempre trabalhado em conjunto, eles respeitam muito minhas opiniões e isso é bem importante.

11 - Quais são seus autores favoritos?

Tenho diversas inspirações nacionais e internacionais... acho que do Brasil, podemos listar a Bianca Briones, o Daniel Bovolento e uma galera que acabou virando amizade, que é algo ótimo. Já nos internacionais eu gosto bastante do John Green, mas tenho tido menos autores “favoritos” e mais “obras” favoritas recentemente...

12 - Qual é o papel das redes sociais no relacionamento com os leitores? Quais mídias você mais utiliza?

Eu tento usar as mais práticas, tipo o Instagram/Snapchat/Facebook e Twitter. A interação com os leitores nessas quatro é mais fácil, então eu acho ótimo. Eles estão sempre mandando fotos, mensagens e comentários, que acabam por nos aproximar bastante, e isso é uma delícia. Esse contato direto, eu lançando textos/livros e el@s respondendo quase imediatamente...





13 - Quais são suas expectativas para a Bienal de São Paulo? Em quais dias você estará presente no evento?

Estarei na Bienal todos os dias, e estou suuuuuuper animado para rever/conhecer meus leitores Paulistas (e de todos os lugares do Brasil que estiverem por lá). 

14 - Você pode partilhar com a gente sobre futuros projetos?

Eu e os autores da editora D’Plácido temos um livro de contos em conjunto, que diferente dos outros atuais, são interligados. Ou seja, o meu personagem participa da história da Adelina, que participa da história da Lavínia – que também está no meu, e essa mistura toda foi muito deliciosa. Esse livro vai ser lançado em breve, assim como o Um Amor, Um Café & Nova York 3...

OBRIGADA!!!

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

BEDA #25 - [RESENHA] Enquanto Bela Dormia - Elizabeth Blackwell

Título Original: While Beauty Slept
Título no Brasil: Enquanto Bela Dormia
Autora: Elizabeth Blackwell
Tradução: Vera Ribeiro
Editora: Arqueiro
Páginas: 368
Sinopse: “Nos salões de um castelo, uma confidente leal guardou por muitos anos os segredos de uma rainha linda e melancólica, uma princesa que só queria ser livre e uma mulher que sonhava com a coroa. Esta é sua história.
Ambientada em meio ao luxo e às agruras de um reino medieval, esta releitura de A Bela Adormecida consegue ser fiel ao clássico ao mesmo tempo que constrói uma narrativa recheada de elementos contemporâneos. Nessa mescla, os dramas de seus personagens – um casal infértil, uma jovem que não aceita viver em uma redoma e uma família despedaçada pela inveja – tornam-se atemporais.
Quando a rainha Lenore não consegue engravidar, recorre aos supostos poderes mágicos da tia do rei, Millicent. Com sua ajuda, nasce Rosa, uma menina linda e saudável. No entanto, a alegria logo dá lugar às sombras: o rei expulsa de suas terras a tia arrogante, que então jura se vingar. Seu ódio se torna a maldição que ameaça a vida de Rosa. Assim, a menina cresce presa entre os muros do castelo, cercada dos cuidados dos pais e de Flora, a tia bondosa e dedicada do rei que encarna a fada boa do conto original.
Mas quando todas as tentativas de proteger Rosa falham, é Elise, a dama de companhia e confidente da princesa, sua única chance de se manter viva. E é pelos olhos dessa narradora improvável que conhecemos todos os personagens, nos surpreendemos com o destino de cada um e descobrimos que, quando se guia pelo amor – a magia mais poderosa do mundo –, qualquer pessoa é capaz de criar o próprio final feliz.”

Enquanto Bela Dormia é uma incrível e comovente releitura do clássico A Bela Adormecida, contada à partir da perspectiva de uma criada, narrada em primeira pessoa, quando ela própria conta sua história anos depois.

Elise é uma menina pobre, filha de camponeses, e a única menina entre vários irmãos. Sua vida muda inesperadamente, e ela se vê trabalhando no castelo, onde sua mãe trabalhou no passado. A princípio ocupando uma posição bastante baixa, aos poucos vai galgando novos conhecimentos, e vai promovendo sua posição, ate chegar a Dama de Companhia da Rainha. Nesse momento, Elise passa a conhecer todos os dramas vividos pela família real, e vem a se tornar a melhor amiga da Rainha e de sua filha, Rosa.
Elise nos apresenta velhos personagens sob uma luz completamente diferente: As fraquezas do Rei, os segredos da rainha, os anseios de Millicent - que conhecemos por Malévola. Temos também Flora, que longe de ser uma fada, é uma senhora sábia e sofrida, incapaz de fazer mal a alguém, e também irmã de Millicent. 
O livro reconta a história que todos conhecemos numa perspectiva real, nada de fadas que voam, vestidos que mudam de cor, feitiços mágicos, nem ninguém sumindo numa núvem de fumaça. Mas a trama permanece, e passamos a enxergar o mundo de Bela/Rosa de uma maneira mais concreta.


O fato é que passamos a vivenciar a história de dentro do castelo. Sofremos, levamos sustos, nos surpreendemos, choramos, sorrimos. A história se torna super comovente, nos trazendo novos heróis, novos personagens secundários, novos fatos - esclarecedores. 

Pude perceber que a autora de fato leu as obras iniciais de Giambatista Basille e/ou dos Irmãos Grimm, pois alguns fatos que aparecem lembram muito a narrativa daqueles que inicialmente escreveram essa história milenar. Não é uma obra rasa de alguém que leu um livro infantil e decidiu adaptar. Não. É uma obra complexa, profunda, sensível e única. Uma ótima releitura que eu recomendo com o maior prazer!

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

BEDA #24 - Bienal do Livro SP - Dicas da Line

Faltam dois dias para a Bienal do Livro SP!!! Estou super empolgada, pois será minha primeira vez no evento. Quem me conhece sabe que sou uma grande entusiasta da literatura nacional, principalmente da literatura de gênero, que costuma sofrer um certo preconceito da academia. No post de hoje apresentarei os livros que pretendo comprar, fazer algumas indicações que acabaram ficando de fora da minha lista de compras porque faltou $$$, além de falar sobre os autores das nossas editoras parceiras que estarão no evento, além de outros autores que já foram apresentados aqui no blog. SÓ AUTORES NACIONAIS NESSE POST, e eventos como a Bienal são uma grande oportunidade para conhecer o trabalho deles. 


O Garoto do Cachecol Vermelho, Ana Beatriz Brandão, 294 págs, Verus Editora. A autora tem 16 anos e está relançando seu terceiro livro, o primeiro romance, que também possui pitadas de drama e suspense.

Sob o mesmo Teto, Bruna Fontes, 352 págs, Duplo Sentido Editorial. Conheci o trabalho da Bruna Fontes na plataforma de autopublicação Wattpad, através desse livro, e me apaixonei pela forma que ele escreve, tanto que ela é uma das minhas autoras preferidas por lá. Esse é o primeiro livro da série Medina-Becker, uma ‘família muito unida, mas também muito ouriçada”, e será lançado pela editora que a Bruna criou com um grupo de amigas.

Amor Plus Size, Larissa Siriani, 280 págs, Verus Editora. O livro é sobre a jornada de autoconhecimento, aceitação e empoderamento. A Larissa é uma grande amiga e foi entrevistada aqui no blog no início do mês.

Uma Canção para Você, Luiza Trigo, 208 págs, Rocco Jovens Leitores. Já acompanho o trabalho da Luly desde 2014, uma vez que ela é uma das autoras preferidas da minha irmã. Esse é o terceiro livro sobre um grupo de cinco amigas, cada um focado em uma delas. Neste livro, a protagonista é a Amanda, e além de apresentar temas comuns do universo adolescente, o livro também fala sobre relacionamentos abusivos e perdas.



O Despertar do Lírio, Babi A. Sette, 382 págs, Editora Novo Século. Esse é o segundo livro da série de romances de época Flores da Temporada, e como esse é um dos meus gêneros preferidos, não poderia ficar de fora. Já li o primeiro livro da série, A Promessa da Rosa, e gostei muito da escrita da Babi.


Aonde quer que eu vá, Beatriz Cortes, 320 págs, Editora Novo Século. Também conheci a Beatriz Cortez no Wattpad, com o chick lit Meu Doce Azar, e gostei bastante. Aonde quer que eu vá tem como protagonista uma ginasta e como ainda estou no ritmo das Olimpíadas, tenho boas expectativas quanto a essa leitura.

Como se fosse Magia, Bianca Briones, 208 págs, Editora Gutenberg. Já conheço o trabalho da Bianca através da série New Adult Batidas Perdidas. Mas agora, nessa nova história, uma escritora em um bloqueio criativo, e por isso não consegue terminar sua série de fantasia, que acaba conhecendo um cara desmemoriado que se parece demais com o protagonista dos seus livros. Como não ficar interessada?


Quando o Amor bater à sua Porta, Samanta Holtz, 304 págs, Editora Arqueiro. Aqui também temos uma escritora o um homem que perdeu a memória, mas dessa vez, ajudar esse desconhecido pode trazer à tona fatos e sentimentos que a protagonista prefere esquecer. Também entrevistamos a Samanta esse mês.







Você também pode acompanhar as peripécias de uma adolescente brasileira na Terra do Mickey em O Diário Internacional de Babi, da Chris Salles, que também fez muito sucesso no Wattpad. Bullying é o principal assunto apresentado no mais novo livro da Thalita Rebouças. Tango, alfajor e empoderamento são os ingredientes de Poder Extra G, da Thati Machado, que também fez muito sucesso no Wattpad. O Livro Delas reúne contos de nove autoras nacionais (adoro antologias, pela oportunidade de conhecer o trabalho de várias pessoas de uma vez só). E Cabeças de Ferro promete ser bem divertido, como costumam ser os livros da Carol Sabar, e dessa vez com uma pitada de mistério.

Outros autores que estarão presentes no evento são: 





















Para mais informações sobre sessões de autógrafos, acesse o site oficial da Bienal do Livro SP, assim como as redes sociais dos seus autores preferidos. Estarei presente no evento nesse final de semana. Quem sabe a gente não se encontra por lá? 

terça-feira, 23 de agosto de 2016

BEDA #23 - [RESENHA] Baía da Esperança,Jojo Moyes



Título Original: Silver Bay
Título no Brasil: Baía da Esperança
Autora: Jojo Moyes
Tradução:Vera Ribeiro
Editora: Intrínseca
Páginas: 301
Sinopse: Liza nunca conseguiu fugir do passado. Mas nas praias paradisíacas da encantadora comunidade de Silver Bay ela ao menos encontrou a liberdade e a segurança que procurava se não para ela, para sua filha pequena, Hannah, até que Mike Dormer se hospeda no hotel que Liza administra com a tia.
Um perfeito cavalheiro inglês, com roupas elegantes e olhar sério, Mike pode significar o fim de tudo que Liza trabalhou arduamente para proteger: não apenas o negócio da família e o lugar que tanto gosta, mas principalmente a convicção de que ela nunca amaria nem seria digna de amor outra vez. 

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Baía da esperança é outro livro maravilhoso da Jojo Moyes, assim como em todos os livros dela você consegue viajar para um novo mundo dentro da trama.

Jojo nos levas para uma baia no litoral da Austrália onde mergulhamos na vida de cada personagem que vive nesse lugar mágico.

A chegada de Mike na Baía é o que dá o ponto de partida para o desenrolar da trama e de seus mistérios envolvendo a vida de Liza, Kathleen e a pequena Hannah. Cada capitulo é narrado por um personagem o que faz você enxergar diferentes ângulos da mesma história através dos sentimentos e emoções de cada um, o que te deixa ainda mais envolvido com todos eles.

Em meio a história principal e do mistério que cerca essas personagens, também conseguimos enxergar um pouco da vida dos personagens secundários, que assim como Mike, Liza, Katheleen e Hannah , tem suas próprias tragedias para nos contar.

Também não posso esquecer de falar do cenário maravilho e como a descrição da Jojo é tão perfeita que faz você sentir a brisa litorânea da baía, quase como se vocês estivesse lá vivendo tudo aquilo. Confesso que fiquei com uma super vontade de ver uma baleia de perto, na historia o trabalho de Liza e de outros personagens é levar turistas para ver baleias e a descrição desses passeios é simplesmente encantador.


Depois de Como Eu Era Antes de Você, acho que Baía da Esperança é um dos meus livros preferidos da autora. Todas as tramas criadas pela Jojo são maravilhosas com sua escrita perfeita e sua forma de nos envolver em cada livro, então fico sempre na duvida de qual é o melhor deles.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

BEDA #22 - Playlist: Músicas Inspiradas em Livros

A arte é feita de inspirações. Seja escultura, poesia, livro, música, sempre existe uma inspiração por trás de cada obra artística. Meu post da série Playlist do BEDA de hoje vai trazer Livros e Música, mostrando que musicistas também podem ser leitores, e muitas vezes livros inspiram músicas que por consequência nos inspiram também. [Minha reação ao final das pesquisas foi: Sabia que gostava dessa música não era à toa!]

Vou começar com umas Nacionais que vocês conhecem bem!

1. Monte Castelo - Legião Urbana

Começando a lista com uma das maiores bandas que nosso país já viu, Legião Urbana uniu em Monte Castelo duas obras literárias muito conhecidas: o soneto de Luís Vaz de Camões, e o capítulo 13 de I Coríntios, um livro Bíblico amplamente conhecido. O resultado não poderia ser diferente de uma música maravilhosa, tendo dois textos igualmente maravilhosos como inspiração.



2. Admirável Chip Novo - Pitty

Um sistema opressor que sistematiza as produções e robotiza os homens. A obra super conhecida de Aldous Huxley, Admirável Mundo Novo, vem inspirando gerações, e a cantora Pitty teve esse livro como inspiração para sua música, tanto na letra quanto no próprio nome da canção.



3. Amor I Love You (citação) - Marisa Monte

Não temos como afirmar que toda a música da Marisa Monte foi de fato baseada na obra de Eça de Queiroz, mas em um determinado momento da música temos uma narração, pela voz de Arnaldo Antunes, que é um trecho de Primo Basílio.



4. A Hora da Estrela - Pato Fu

A obra de Clarice Linspector inspirou a banda não apenas no nome da música, mas também na letra, onde encontramos trechos com referências claras ao livro.

"Ela esta pronta / Pra mudar a sua vida pra sempre"

"Que é de quem nasceu pra brilhar/ Uh, a hora da estrela vai chegar"



5. Caçador de Mim - Milton Nascimento

Para essa música, J.D. Salinger foi o grande inspirador de Milton Nascimento, com a obra O Apanhador no Campo de Centeio. Na verdade quem foi inspirado por Salinger foi Luiz Carlos Sá, o compositor da canção, e Milton Nascimento se apaixonou pela letra inspiradora, e usou sua voz para deixar-nos igualmente apaixonados!
[Confesso que não conhecia esse livro, mas esse fato me deixou bastante curiosa!]




Também temos músicas internacionais inspiradas em grandes obras literárias.

6. 42 - Coldplay

Claro que tinha que ter Coldplay na minha playlist!!! Todo mundo que leu O Guia do Mochileiro das Galáxias sabe que 42 é a resposta para tudo. A banda no entanto nunca declarou oficialmente que a música foi inspirada na obra de Douglas Adams, mas também não disse que não. A música tem 42 minutos de duração, e seu nome inicialmente seria “Thought You Might Be A Ghost” (frase que se repete vááárias vezes durante a música).Sendo assim, ficamos livres para interpretar da forma que quisermos, e gosto de analisar essa música - e seu nome - como inspirado nesse clássico, uma música que trás a questão de o que há após a morte e a resposta: 42! [Será?]



7. “Brave New World”- Iron Maiden

Mais uma vez Aldous Huxley e seu Admirável Mundo Novo vem inspirando o mundo da música, dessa vez com Iron Maiden. O álbum da banda, Brave New World, já trás o nome do livro, e a terceira música, de mesmo nome, também é o título da obra original (Brave New World em inglês).



8. Alice - Avril Lavigne

A música foi feita especialmente para o filme Alice no País das Maravilhas produzido por Tim Burton, inspirados - o filme e a canção - no clássico de Lewis Carroll.



9. Animals - Pink Floyd

Dessa vez eu não citei apenas uma música, mas o álbum inteiro. Pink Floyd se inspirou na obra A Revolução dos Bichos, de George Orwell, para criar suas canções. A crítica ao capitalismo e a revolta contra o sistema fica claro em suas músicas, em especial “Dogs”.



10. 1984 - David Bowie

Adivinha qual livro inspirou Bowie nessa criação? Difícil? [Claro que não] O álbum Diamond Dogs não foi inicialmente planejado com esse fim, um álbum convencional. Na verdade Bowie queria fazer uma adaptação teatral de 1984, com toda a sua natureza apocalíptica, mas foi negado pelos detentores dos direitos autorais. O jeito foi então criar um álbum musical, e as musicas são claramente inspiradas na obra de Orwell.


Muito legal, né? Algumas músicas aqui citadas eu não conhecia, mas adorei saber quantos músicos resolveram trazer para seu mundo as ideias de grandes autores literários. No final, a literatura está em todo lugar!

domingo, 21 de agosto de 2016

BEDA #21 O papel feminino nos romances de Jane Austen


Nos dias atuais, a questão de gênero tem sido discutida amplamente pela sociedade. Mas será que sempre foi assim? A literatura nos ajuda a desvendar alguns mistérios sobre o papel da mulher, já que o autor, quando escreve, imprime além das belas narrativas, o comportamento da sociedade de sua época.

Isso encontramos nos livros clássicos. E o acontece para que um livro seja considerado clássico? É exatamente a sua atemporalidade, ou seja, não importa quanto tempo passe, a história continua produzindo sentido para quem lê.

A questão do papel da mulher no século XIX fica clara nos romances de Jane Austen. Ela é considerada a primeira mulher que se tornou romancista importante. Suas obras foram compostas principalmente por comédias satíricas da vida social e doméstica, de um pequeno segmento da sociedade inglesa de sua época.

O casamento é o principal tema de seus romances. Isso se justifica, pois o mesmo era considerado naquela época, como o único caminho para uma mulher da sociedade. Para as personagens femininas de Austen, casamento era sinônimo de ascensão social, mas, além disso, elas buscavam no matrimônio estabilidade e segurança.

Analisando suas obras, percebemos claramente que suas personagens femininas são mulheres a frente de seu tempo. Além disso, essas heroínas não seguiam os costumes da sociedade, e quando se casavam o faziam por amor.


                                   


Jane encontrou um modo de expressão feminista em suas obras por meio da ironia ou na fingida ignorância que lhe permitiu liberdade que nenhuma outra mulher de seu tempo desfrutou.

Tem uma coisa que une as heroínas austenianas, é o fato delas não dividirem seus conflitos e dúvidas com outros personagens. Ainda que tenham irmãs ou amigas, agem de forma independente, e só comunicam às outras suas decisões mais importantes depois que elas já foram tomadas.

Jane Austen conseguiu de certa forma incutir na mente de suas leitoras alguns dos principais ideais feministas quando o termo mal existia: noções de igualdade, liberdade de expressão e conscientização quanto a situação inferior das mulheres na sociedade.

Uma de suas personagens mais conhecidas, do livro Orgulho e Preconceito, Elizabeth Bennet, mostra-se sempre autentica, fiel aos seus ideais. Lizzie viveu numa sociedade inglesa que, como já citado, o único objetivo para a mulher era o casamento. E nessa época, em que poucas mulheres teriam coragem de recusar um pedido de casamento, ela o faz duas vezes. A primeira feita por seu primo, Mr. Collins. Como ele herdaria a propriedade do pai de Lizzie, Mr. Bennet, Collins acha que está fazendo um grande favor para a família casando-se com sua prima. E qual não foi sua surpresa quando ela o recusou, com firmeza e determinação.

Essa recusa causou um grande espanto na mãe de Elizabth, Mrs. Bennet. Há duas interpretações possíveis para o comportamento da matriarca, que, como possuía cinco filhas, vivia para pensar e planejar casamento para elas. A primeira interpretação, talvez mais superficial, é a futilidade da mãe das moças, que sofria por ver as filhas ainda solteiras. A segunda, e quem sabe a mais segura, é que esse era um comportamento comum para as mulheres daquela época, visto que a sociedade lhes compelia a ter esse tipo de conduta.

Posteriormente, Lizzie é pedida em casamento por Mr. Darcy. Nenhuma mulher em sã consciência, naquela época, teria a audácia de recusar um pedido desses, visto a importância, riqueza e posição social do cavalheiro em questão. Nenhuma mulher, exceto a nossa astuta Lizzie. Ela o recusa, e mais uma vez com firmeza e determinação. 


Claro que com o passar do tempo, ela começa a conhecer melhor Darcy, enfim se apaixona por ele, e os dois ficam juntos no final. Mas ela só o faz por amor, diferentemente de muitas damas contemporâneas dela, como sua amiga Charlotte, que se casa com o recusado Mr. Collins apenas para se estabelecer em sociedade.


Essa pequena reflexão sobre alguns de seus personagens mais conhecidos, nos mostra que, mesmo Austen vivendo em uma sociedade cheia de costumes, enxergava a mulher de uma maneira diferente. Ela via outras possibilidades, como a liberdade de se fazer o que tem vontade, e não apenas o que é imposto.

Voltando ao assunto dos livros clássicos, Orgulho e Preconceito é um dos exemplares da literatura inglesa mais conhecidos e mais lidos até hoje. E sua atemporalidade foi trazida para uma adaptação moderna da história, The Lizzie Bennet Diaries, ou O Diário de Lizzie Bennet. Em episódios curtos em formato de vlog, nessa adaptação as personagens vivem em nossa sociedade, trabalhando, estudando, e levando suas vidas com tudo que a modernidade permite. E Lizzie continua fazendo suas vontades, mais uma vez firme e determinada, não levando em consideração o que as pessoas pensam sobre sua vida e suas escolhas.

Essa é a grande sacada da adaptação, nos mostrar que, independentemente do tempo, do século, a mulher sempre tem seu papel, e com um pouco de garra, sempre transpõe os obstáculos que lhes são impostos.


Hoje, muito mais conscientes sobre a importância de se debater as questões de gênero, vale a reflexão que a opressão sofrida pelo sexo feminino é histórica, e que podemos nos espelhar na nossa heroína Elizabeth, e estarmos sempre a frente de nosso tempo.

sábado, 20 de agosto de 2016

BEDA #20 - TAG Beijar, Casar e Precipício

Hello! Hello! Galerinha de Pemberley!

O BEDA continua firme e forte, e hoje, sábado, é dia de TAG. E fuçando por aí, encontrei uma TAG literária bem legal, que se chama "Beijar, Casar e Precipício", e eu fiquei tão animada com a TAG que fiz de uma maneira diferente. Gravei um vídeo explicando a TAG e respondendo pra vocês. Está bem divertido, prometo! [Engraçado mesmo, paguei altos micos!]


Bom galerinha, espero que tenham gostado. E não reparem nos errinhos do vídeo, foi minha primeira gravação, gravei sozinha, e quem editou pra mim está há 2 estados de distância, lá em Florianópolis! [Mais uma vez, obrigada Kerol, sua linda!!!]

Vou deixar alguns fofinhos marcados aqui, e desafio vocês a responder também!


Se você não está marcado mas quer responder também, fique à vontade! E marca a gente, quero saber como ficou o joguinho de vocês!

Beijinhos *-*
Mih

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

BEDA #19 - GDP Entrevista - Lavínia Rocha



Lavínia Rocha tem 19 anos e é mineira de Belo Horizonte. Publicou em 2010 seu primeiro livro, “Um amor em Barcelona”, e em 2014, “De olhos fechados”. “Entre Três Mundos” (resenha em breve), o primeiro de uma trilogia de fantasia, foi escrito aos doze, reescrito aos dezessete, e lançado no ano passado. Essa semana lança em BH o segundo livro da série, “Entre Três Segredos”. Costumava morrer de vergonha só de imaginar as pessoas lendo seus livros e confundindo-a com suas personagens principais, mas depois percebeu que personagens são como filhos: sempre adquirem características de quem os cria. Lavínia adora o contato com leitores nas redes sociais, bienais, palestras e bate-papos nas escolas – e acredita que essa relação é um dos melhores presentes que a carreira de escritora lhe deu.




1 - Quando e como você começou a escrever?

Eu tinha 11 anos e vi que adorava inventar histórias para os deveres de Produção de Texto, mas me irritava o limite de 30 linhas que a professora determinava. Então decidi escrever no computador do tamanho que eu quisesse. Só que naquela época, eu ainda não sabia que o que eu escrevia viria a se tornar livros...


2 - Cada autor tem um processo de escrita. Como é o seu, desde a ideia inicial até o ponto final no último capítulo? Onde você busca inspiração para os seus livros?

Na maioria das vezes, não sei aonde a história vai chegar. Tenho uma ideia inicial e vou desenvolvendo meus personagens, seus problemas, suas relações. Aos poucos mais ideias vão surgindo, e eu vou moldando o livro de acordo com o que quero que aconteça. É muito comum eu ter uma ideia no meio do livro e mudar algo no início para encaixar bem.
Minha inspiração vem de tudo: vida real, outros livros, filmes, séries...


3 - Sua formação acadêmica influencia de alguma maneira a carreira de escritor?

Eu acabei de começar a cursar História, então ainda não percebo influência, mas acredito que vá acontecer.


4 - Você possui livros de diferentes gêneros de romance. Como as diferenças entre eles afetam no desenvolvimento da escrita? Você pretende explorar mais algum gênero?

São livros bem diferentes de escrever, porque, por exemplo, na fantasia tive mais liberdade para criar, já nos outros, existiu uma maior preocupação com a realidade. Me encontrei bastante na fantasia e acredito que continuarei nesse gênero.


5 - Há preferência entre escrever livros únicos ou séries?

Minha primeira experiência de série é com Entre 3 mundos, mas gostei tanto que passei a preferir série a livro único.



6 - Como você escolhe o local onde a história será ambientada? Você utiliza sua experiência ou faz pesquisas sobre o local? Como é o processo?

Desde o meu segundo livro, passei a preferir nosso país como cenário. Em De olhos fechados, embora se passe em minha cidade, exigiu muita pesquisa de mim, porque trago um pouco da história dos pontos turísticos de BH. Já em Entre 3 mundos, não houve essa necessidade, pois o livro se passa em um Brasil fictício.


7 - Fale um pouco sobre seu lançamento mais recente. Quais foram os desafios enfrentados ao escrever essa obra?

O primeiro desafio é vencer a insegurança de entregar algo que atenda ou supere as expectativas dos meus leitores. O retorno que venho recebendo de Entre 3 mundos é tão positivo, que bate aquele frio na barriga de não agradar tanto quanto. Além disso, é preciso tomar muito cuidado com detalhes do primeiro livro que precisam ser retomados, porque não pode haver nenhum tipo de contradição. Mas de uma maneira geral, gostei muito de escrever uma continuação. Não precisei mais apresentar os personagens, então pude desenvolver ainda mais as relações e as características.



8 - Qual é o papel da sua família na carreira literária?

Eles são meus maiores apoiadores! Sempre me ajudam a divulgar meu trabalho e me dão a maior força para seguir o meu sonho.


9 - Qual é a importância da representatividade em obras voltadas para o público jovem adulto?

É uma das coisas mais importantes para mim! A literatura tem um poder de influência fortíssimo, e usá-lo para o bem é muito positivo para a nossa sociedade. Fora isso, fazer com que nossos jovens se sintam representados nas histórias é importantíssimo para autoestima e para a quebra de estereótipos.


10 - Como é seu relacionamento com a atual editora?

É ótimo! Acho muito bacana o apoio que a D’Plácido dá aos jovens escritores brasileiros!


11 - Quais são seus autores favoritos?

Thalita Rebouças, Pedro Bandeira, Paula Pimenta, Marina Carvalho e Carina Rissi.


12 - Qual é o papel das redes sociais no relacionamento com os leitores? Quais mídias você mais utiliza?

É fundamental. Me comunico muito com meus leitores através do Facebook, Instagram, Twitter, Snapchat e Youtube. Eles fazem perguntas, ficam sabendo das novidades sobre minha carreira e acabam se sentindo mais próximos de mim.




13 - Quais são suas expectativas para a Bienal de São Paulo? Em quais dias você estará presente no evento?

Estou superanimada! Vai ser minha primeira participação na Bienal de São Paulo, e espero que seja um evento muito bacana! Estarei lá do dia 26/08 até o dia 3/09, no estande da Leitura.


14 - Você pode partilhar com a gente sobre futuros projetos?

Meu próximo projeto é o livro de contos, “Amores Improváveis”, com os outros cinco autores de literatura da D’Plácido (Bibi Ribeiro, Adelina Barbosa, Fernanda Medeiros, Augusto Alvarenga e Mariana Cestari). Ainda não temos a data do lançamento, mas os contos já estão todos escritos. Depois disso, é provável que eu comece a escrever o último livro da trilogia Entre 3 mundos, mas ainda não faço a menor ideia de quando ficará pronto tampouco de quando será o lançamento (espero que não demore tanto haha).

OBRIGADA!!!

Imagina, foi um prazer! *-*