segunda-feira, 28 de setembro de 2015

O Gótico em Jane Austen - Especial Terror #1

Bom, você deve estar pensando: "Jane Austen está longe de ser uma escritora Gótica". E você está certo. Mas então, o que existe de Gótico em Jane Austen? 

     Como todo leitor de Jane sabe, o romance que mais se aproxima a algo do gênero gótico seria A Abadia de Northanger, apesar de não ser essa a temática central; podemos observar uma grande influência dessa literatura. 

     Primeiro, você sabe o que é uma abadia? Quando ouvimos essa palavra vem a nossa mente uma construção em ruínas cheia de corredores e quartos. E hoje é isso mesmo. Eram muito comuns, ate o século XVII. Eram destinadas a comunidades católicas, comandadas por um líder espiritual, que podia ser homem ou mulher. Por isso eram grandes e tinham muitos quartos. Foram a origem do que conhecemos por Mosteiros. Muitas delas tinhas túneis subterrâneos, saídas para casos de emergência, torres com quartos trancados... mas pouco se sabe sobre o que realmente acontecia lá dentro. A partir do século XVIII, elas foram sendo destruídas nas reformas protestantes, e hoje o que sobrou foram ruínas semi destruídas que se tornaram ponto turístico. Mas porque eu estou dando uma aula de história aqui? Pra gente poder entender melhor o que existe de tão gótico em A Abadia de Northanger!
     Por causa de seus corredores e túneis que mais pareciam labirintos, alguns autores se aproveitaram desse cenário para criar histórias de prisioneiros, monstros e fantasmas. Ann Radcliffe foi uma das grandes autoras que influenciou Jane Austen nessa temática. Mulheres prisioneiras de seus maridos nas torres, heróis que morriam nos túneis mas que mantinham suas almas presas ao local... são muitas as histórias, e as Abadias eram um belo cenário, pois no final do século XVIII e início do XIX elas já estavam em ruínas - a maior parte delas.
     Abadia de Northanger é uma paródia gótica, que conta a história de uma mocinha muito ingênua que
é extremamente criativa e muito influenciada pelo que lê. Em um determinado ponto da vida, Catherine Morland, a protagonista da história, começa a ler Ann Radcliffe, e a autora se torna sua favorita. Ela então é convidada a viajar por Bath, e lá conhece os irmãos Tilney, que a convidam a passar uma temporada em sua abadia. Chegando ao local, sua mente começa a criar histórias de terror que envolvem a família Tilney e sua abadia, e pior, começa a acreditar nelas. Histórias que chegam a insultar a família. Ao perceber o quanto estava sendo boba, Catherine joga fora seus romances de Radcliffe e derivados.
     Observamos na história a trajetória da evolução da personalidade da protagonista. Ela deixa de ser aquela menina boba, que acredita e confia em todos, e começa a prestar mais atenção ao que de fato está acontecendo ao seu redor. É um romance diferente de Jane Austen em vários tópicos, mas devemos considerar que a protagonista é muito jovem, e que Jane queria apresentar uma sátira ao que estava em voga naquele momento... e isso com certeza é do feitio de nossa querida Austen!!!

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS:
  • Título Original: Northanger Abbey
  • Título no Brasil: A Abadia de Northager
  • Autora: Jane Austen
  • Editora: Landmark
  • Tradução: Eduardo Furtado
  • Páginas: 240

sábado, 26 de setembro de 2015

Todo dia um corpo diferente. Todo dia uma vida diferente. Cada dia amando a mesma garota.







Título: Todo dia
Título original: Every Day
Autor: David Levithan
Páginas: 279
Tradução: Ana Resende
Editora: Galera Record








Sinopse:  Neste novo romance, David Levithan leva a criatividade a outro patamar. Seu protagonista, A, acorda todo dia em um corpo diferente. Não importa o lugar, o gênero ou a personalidade, A precisa se adaptar ao novo corpo, mesmo que só por um dia. Depois de 16 anos vivendo assim, A já aprendeu a seguir as próprias regras: nunca interferir, nem se envolver. Até que uma manhã acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon. A partir desse momento, todas as suas prioridades mudam, e, conforme se envolvem mais, lutando para se reencontrar a cada 24 horas, A e Rhiannon precisam questionar tudo em nome do amor.

"Todo dia" conta a história de A, um viajante de corpos. Sim, viajante de corpos, não se sabe se A é uma alma, um extraterrestre ou seja lá o que for, ele é simplesmente ele. A cada 24 horas ele acorda em um corpo diferente, não importa o sexo, a classe social, a personalidade, o único padrão é que ele toma o corpo de quem tiver a sua idade (16 anos).

Andrew - ou A - segue duas regras não interferir, nem se envolver na vida das pessoas. Ele apenas acorda, acessa as memórias do corpo para saber do que precisa para passar aquele dia bem e continua vivendo. Até um dia ele acordar no corpo de um rapaz chamado Justin e conhecer Rhiannon, a namorada do rapaz.


A partir daí ocorre um grande dilema. Antes, ele só precisa se preocupar com um dia de cada vez, agora, não consegue deixar o passado para trás e insiste em manter contato com essa garota tímida e atraente, e a cada vez sabendo mais sobre ela. Até onde isso dará?

A história nos instiga a querer saber o que acontece a seguir, e os diferentes gêneros textuais (diálogos, e-mails e prosa) atrelado aos capítulos razoavelmente curtos, aceleram o ritmo de leitura. 

O que eu mais gostei na história foi a criatividade do autor, a forma como ele desenvolveu a personagem principal, o mistério, dizendo muito coisa e sem revelar nada. Não tem explicação científica, nem espiritual, nada. Você conhece o A e pronto. Foi legal perceber quantas pessoas são diferentes e como A lida com todas elas. Ele já foi gay, lésbica, jogador de futebol americano, uma pessoa normal, a garota gostosa mais popular do colégio, drogado, depressivo suicida, , um nerd etc. A é totalmente desprovido de preconceitos. É algo ou alguém que todos deveriam tentar ser, mesmo que a gente não saiba direito o que é. Eu recomendo este livro por essa razão. Precisamos de mais histórias que nos faça refletir e sentir.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

"Keep Calm and Find Mr. Darcy"

  • Título Original: Mr. Darcy's Diary
  • Título no Brasil: O Diário de Mr. Darcy
  • Autora: Amanda Grange
  • Editora: Pedrazul
  • Tradução: Andrea Carvalho
  • Páginas: 220
SINOPSE: "O único lugar em que Mr. Darcy poderia compartilhar seus sentimentos mais íntimos eram as páginas do seu diário. Dividido entre o senso de dever com o nome de sua aristocrática família e a paixão crescente pela plebeia Elizabeth Bennet, tudo o que esse jovem nobre podia fazer era lutar contra tal sentimento. Neto de conde por parte de mãe, Mr. Darcy possuía grande quantidade de terra, enorme receita com os inquilinos e uma grande riqueza herdada. O tamanho de sua propriedade e o seu status social lhe davam, inclusive, o direito de nomear o vigário da paróquia e faziam dele uma pessoa muito influente no condado de Derbyshire, na Inglaterra do início do século XIX. Disputado pelas damas da sociedade londrina, Mr. Darcy vive sua experiência sentimental singular a partir do encontro com Elizabeth em Meryton, pequena vila do condado de Hertfordshire, no interior do país. Embora naturalmente rígido e teimoso, demonstra que, no íntimo, também é um homem dedicado e carinhoso. O Diário de Mr. Darcy, portanto, apresenta a história do improvável namoro de Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy do ponto de vista dele. Esta graciosa continuação de Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, enfoca os conflitos de Mr. Darcy e as dificuldades do seu relutante relacionamento, da rejeição inicial à luta desesperada para conquistar o coração de Elizabeth. Orgulho e Preconceito tem inspirado um grande número de sequências nos dias de hoje, mas O Diário de Mr. Darcy é a mais bem-sucedida das que incidem sobre o rico e orgulhoso cavalheiro."
       Quem de nós nunca suspirou pelo Mr. Darcy? Toda fã de Jane Austen conhece [de trás pra frente] a história de Orgulho e Preconceito. Sabemos dos sentimentos e pensamentos de Elizabeth Bennet, mas Amanda Grange vem elucidando um pouco do que seriam os pensamentos do nosso herói favorito [pelo menos da grande maioria]. Li recentemente essa obra, que me despertou sentimentos bastante contraditórios. Vou explicar para vocês.
        Quando lemos Orgulho e Preconceito, nossa primeira impressão em geral é de que Darcy é um homem orgulhoso, preconceituoso, prepotente e arrogante. Não faz questão de fazer novos amigos, não gosta de dançar, possui um olhar presunçoso, e suas conversas são, em geral, monossilábicas. É fácil definir seu caráter logo no princípio. Contudo, Amanda nos traz um Darcy que no início eu não reconheci [apesar de já ter lido o livro original 2.581.052 vezes]. Jovial, capaz de rir, fazer piadas, e de ser realmente querido por seus amigos. Por ter perdido o pai muito novo, foi necessário que assumisse responsabilidades desde muito jovem com as propriedades e com sua irmã. Tornou-se um homem sério, que colocou essas responsabilidades acima de divertimentos ou lazer. 
       O que eu acho mais legal no Diário de Mr. Darcy é a oportunidade que temos de conhecer o verdadeiro Mr. Darcy. Um homem tímido - que conhece esse defeito e o admite, corajoso e generoso. Tais características são apenas elucidadas em Orgulho e Preconceito, e aqui são bastante aprofundadas. Um livro que nos leva a entender o universo de um homem que nunca se abriu com ninguém, nem mesmo com seus amigos mais próximos; Que nos faz sentir os sentimentos de alguém que por muito tempo não se permitiu sentir; Que nos faz compreender suas lutas, e lutar com ele.
       Ao contrário daquela primeira impressão, conhecemos um Darcy que não sabia de tudo, que enfrenta desafios ao cuidar de sua irmã, que sente falta de sua mãe. Um Darcy que pensa nas pessoas ao seu redor, e que cativa a lealdade e a confiança não pelo dinheiro, mas pelo caráter. Um Darcy sensível e tímido, que tem medo de se expôr, e por isso quase não conversa com desconhecidos. Um Darcy generoso, capaz de dar mais do que deve à quem não merece. 
       No início do livro, eu fiquei meio em choque com algumas coisas. 1) Um Bingley como uma espécie branda de mulherengo - Bingley é um homem doce e amável, mas não acredito que ele possa ser desses que se apaixona e "desapaixona" facilmente; 2) Darcy chamando Georgiana por um apelido carinhoso - por mais que ame sua irmã, não seria de seu gênero chama-la de Georgie, ate porque Jane Austen nos mostra que ela o temia, então não poderia haver muito carinho entre os dois; 3) Um Darcy que está sempre sorrindo, ou querendo sorrir - um homem desse não poderia ser tomado por arrogante e insensível. Mas nada disso me fez desgostar do livro.
       Fiz a leitura tendo em mente que quem o escreveu foi uma fã, como eu, como você. E nem sempre compartilhamos das mesmas impressões sobre fatos e personagens literários. Achei que Amanda foi muito feliz com as datas. Ela conseguiu casar os fatos aos períodos corretos, e não deixa ninguém perdido na narrativa. Em momento algum ela foge a história original e os diálogos são as conversas exatas descritas por Austen.
       Provavelmente, o clímax do livro foi sua rejeição. É nesse momento que Darcy começa a enxergar os próprios defeitos. Ele sempre foi um homem que criticava mentalmente as atitudes alheias, e começou a perceber que ele também poderia ser alvo de críticas, e críticas reais. Viu o quão prepotente era, e o quanto ainda precisava amadurecer para ser um homem verdadeiramente feliz. As vezes precisamos de um tapa na cara para encarar a vida da maneira certa. Darcy precisava. Elizabeth o fez. E ele aproveitou a oportunidade não para ficar se remoendo, mas para abrir os olhos e procurar melhorar. E o fez.
       O Diário de Mr. Darcy me fez parar para pensar. "O que será que as pessoas vêem em mim que eu não vejo? Será que eu sou realmente aquilo que eu penso que sou?" Darcy aprendeu sua lição, passou a prestar mais atenção em suas palavras, suas atitudes, e nas pessoas ao seu redor. Coisas que antes eram extremamente importantes para ele perderam o sentido, e o inverso também aconteceu. E Amanda Grange conseguiu captar essas minúncias e passar para nós de uma maneira deliciosa. Minha nota? 10!


segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Segunda Chance para o Amor - Os Bridgertons #6


  • Título Original: When He Was Wicked
  • Título no Brasil: O Conde Enfeitiçado
  • Autora: Julia Quinn
  • Editora: Arqueiro
  • Tradução: Claudia Guimarães
  • Páginas: 304



       No sexto livro da série Os Bridgertons, O Conde Enfeitiçado, nos é apresentada a história da Francesca, a terceira das garotas. Diferentemente das irmãs, Francesca possuía uma personalidade mais introspectiva, olhos azuis e não teve muita dificuldade para se casar, uma vez que se apaixonou e foi correspondida por um conde escocês aos vintes anos, John Stirling, Conde de Kilmartin. Porém, dois anos depois, John falece subitamente, e logo depois Francesca perde o bebê que carregava no ventre.
       Como John Sterling faleceu sem deixar herdeiros, o condado passa para seu primo Michael. Desde crianças, os dois sempre foram próximos, e Michael não invejava o primo por este ser o Conde. Porém, Michael se apaixonou por Francesca assim que a conhecera, e escondia esse sentimento sob a fachada de libertino. Quando John falece, Michael se sente assolado pela culpa de desejar a esposa do primo e "foge" para as Índias, sobre um pretexto de um cargo militar. 
Escócia

       Sozinha, uma vez que  Michael era também seu melhor amigo, Francesca segue como Condessa, até que após quatro anos de luto, ela resolve se casar novamente, uma vez que deseja ser mãe. Essa sua decisão coincide com o retorno de Michael à Inglaterra. Esse reencontro, em plena temporada de 1824 em Londres, onde os dois se destacam no mercado matrimonial, Michael terá que superar a culpa e mostrar a Francesca que pode fazê-la feliz.

       Francesca acha que não merece a oportunidade de ter outro casamento feliz, para não trair a memória de John. Já Michael sofre por não poder assumir seus sentimentos por Francesca e se sente culpado por nutri-los, considerando a morte do primo uma espécie de castigo.
       As três mães presentes nesse livro, Violet Bridgerton, Janet (mãe de John) e Hellen (mãe de Michael) Stirling são muito perspicazes e juntamente com Colin [sempre ele], são os conselheiros dos protagonistas.
       A ação da  narrativa coincide com as historias dos dois livros anteriores e até aqui, é a história mais sexy da série, uma vez que ambos os protagonistas são experientes. Enfim, O Conde Enfeitiçado é o livro que propõe a possibilidade de haver uma segunda chance para ser feliz.

por Aline Tavares


sábado, 19 de setembro de 2015

As estranhas e belas mágoas de Deborah M....quer dizer de Ava Lavender


    Título original: The Strange and Beautiful Sorrows of Ava Lavender
    Título brasileiro: As estranhas e belas mágoas de Ava Lavender
    Autora: Leslye Walton
    Editora: Novo Conceito
    Tradução: Rafael Gustavo Spigel
    Páginas: 320
    Sinopse: Gerações da família Roux aprenderam essa lição da maneira mais difícil. Os amores tolos parecem, de fato, ser transmitidos por herança aos membros da família, o que determina um destino ameaçador para os descendentes mais jovens: os gêmeos Ava e Henry Lavender. Henry passou boa parte de sua mocidade sem falar, enquanto Ava que em todos os outros aspectos parece ser uma jovem normal, nasceu com asas de pássaro.

    Tentando compreender sua constituição tão peculiar e, ao mesmo tempo, desejando ardentemente se adaptar aos seus pares, a jovem Ava, aos 16 anos, decide revolver o passado de sua família e se aventura em um mundo muito maior, despreparada para o que ela iria descobrir e ingênua diante dos motivos distorcidos das demais pessoas. Pessoas como Nathaniel Sorrows, que confunde Ava com um anjo e cuja obsessão por ela cresce mais e mais até a noite da celebração do solstício de verão. Nessa noite, os céus se abrem, a chuva e as penas enchem o ar, enquanto a jornada de Ava e a saga de sua família caminham para um desenlace sombrio e emocionante.
    Depois de várias leituras "pesadas" (a faculdade ainda me mata T.T) resolvi pegar um livro mais "leve"....Algo para "descansar"....Pois bem...Escolhi o livro errado para isso (risadas) e isso é culpa da sinopse! (ou talvez da minha interpretação da sinopse) que me deu a impressão de que o livro de Leslye Walton seria uma história rasa sobre uma menina de uma cidade pequena que nasceu com asas uma história com elementos fantásticos e,que eu poderia acrescentar, desnecessários... Mas meus caros amigos, nunca estive tão feliz em estar enganada!

    A história é contada em primeira pessoa, tendo como nossa narradora a própria Ava, que tenta descobrir, através da "análise" da história de sua família, entender o porque de ela ter nascido com asas. Logo nas primeiras páginas somos apresentados a árvore genealógica de Ava e logo em seguida à história de sua avó e pouco depois a de sua mãe, e percebemos que há algo em comum nas duas histórias: não existem finais felizes para a família Roux... E que o amor só trás desgraças....

    Além disso Leslye Walton levanta várias questões importantes (como o preconceito e a religiosidade exagerada) e permeia tudo com uma camada leve de realismo fantástico, nos fazendo acreditar em tudo o que lemos...

    Em seu primeiro livro Leslye prova ser uma escritora capaz de criar um mundo aconchegante além de tocante, sensível e único. Em resumo, ela é uma das escritoras do gênero Young-Adult que com certeza estarei ansiosa para ler seus próximos lançamentos.

    Bem, vou parar por aqui para não dar muito spoiler XD

    Espero que essa resenha faça você colocarem a leitura desse livro (que virou um dos meus favoritos) no topo da lista e venham me contar o que acharam!

    Até a próxima!

    Deborah

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

"Diga -me se você quer ir pra casa"


Por pura curiosidade sobre como a atriz Keira Knightley cantava no filme “Mesmo se nada der certo” que eu resolvi parar e assistir. E para minha total surpresa eu me vi completamente apaixonada por esse filme, pois afinal de contas, música e drama é sempre uma boa combinação.
“Mesmo se nada der certo” é um daqueles filmes que te surpreendem com uma narrativa envolvente e com grandes atuações. O diretor John Carney que havia feito um ótimo trabalho com “Apenas uma vez” (Once), nos mostra o seu talento ao transformar um tema extremamente usado em algo totalmente original. Com um olhar diferente John consegue apresentar o filme de forma despretensiosa e inovadora fazendo assim com que o espectador fique preso à história do inicio ao fim. O filme que originalmente se chamaria “Can a song save your life?”, fala exatamente sobre isso, retratando as conquistas, as dores, frustrações e alegrias da vida de forma contagiante e motivadora. Mesmo se nada der certo é um filme que comove e inspira os espectadores.


O filme trás um elenco de peso, com personagens fortes e apaixonados pela música. Com Keira Knightley interpretando Gretta, uma compositora talentosa, generosa e que não liga para padrões impostos pela sociedade. Com uma atuação brilhante Keira me surpreendeu muito ao interpretar às músicas no filme com uma voz doce e suave, cantando as músicas muito bem e de forma apaixonante. Mark Ruffalo é Dan um produtor musical falido, divorciado, desiludido e com problemas com álcool, mas que ganha nossa simpatia ao mostrar sua paixão pela música e pelos valores que ela possui na sua vida. No decorrer do filme Dan mostra aos espectadores todo o seu talento como produtor e todo a sua sensibilidade para á musica. 
Adam Levine, vocalista do Maroon 5, interpreta Dave o namorado de Gretta que está nos EUA para sua turnê e que se vê deslumbrado com a vida de artista famoso e esquece um pouco as coisas que realmente importam. Ainda temos o amigo fofo e cantor de rua que está sempre ao lado de Gretta interpretado por James Corden; Violet é a filha de Dan que é uma adolescente precisando de conselhos interpretada por Haille Steinfeld e sua mãe interpretada por Catherine Keener;o filme conta também com a participação de Cee Lo Green que faz o Troublegum, um artista amigo de Dan.


“Mesmo se nada der certo” te ensina boas lições e te mostra que a música é algo universal, com um poder incrível de transformar e unir as pessoas. O filme conta com uma trilha sonora impecável feita por Gregg Alexander, vocalista do New Radicals, que faz para o filme composições suaves voltadas para o folk e o pop, com letras carregadas de significados e com idéias únicas sobre musica. O filme traz também locações tão incríveis de Nova York que te fazem querer pular para dentro da tela da TV e participar de toda aquela diversão.

"Por isso eu gosto de música. Uma cena banal de repente se enche de significado. 
Todas as banalidades, de repente, tornam-se pérolas de beleza e efervescência".

A história do filme é agridoce, com um romantismo leve capaz de mudar o astral de quem assiste, mas o diretor faz desfecho do filme de forma bem simples, celebrando assim o poder da criatividade de forma bem natural e realista.

Título Original: Begin Again.
Título no Brasil: Mesmo se nada der certo
Diretor: John Carney
Distribuidor: Imagem Filmes
Classificação: 12 anos
Duração: 104 minutos


Confira a trilha sonora do filme nesse link (Via Blog Equalize da Leitura).

Por Thais Sarmento

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Quando as palavras são o início de tudo - Os Bridgertons #5

Para Sir. Phillip, Com Amor


  • Título Original: To Sir Phillip, With Love
  • Título no Brasil: Para Sir Phillip, com Amor
  • Autora: Julia Quinn
  • Editora: Arqueiro
  • Tradução: Viviane Diniz
  • Páginas: 288


     Eloise Bridgertons, a quinta filha de Violet Bridgerton, é uma mulher sensata, espirituosa, inteligente, atraente... e faladeira. Sim, faladeira. Ela fala sem parar. E não é como essas pessoas que falam demais quando estão nervosas, ela simplesmente sempre tem algo a ser dito em qualquer situação. Boa ou ruim. Sua história começa após a morte de uma prima distante, quando ela resolve escrever uma pequena carta de pêsames para o viúvo, que apenas por educação a responde.
     Contudo, a partir daquela primeira carta, Eloise e Sir. Phillip Crane iniciam uma correspondência constante, que dura um ano, ate que Phillip, sentindo a necessidade de uma mulher que administrasse sua casa, seus filhos e sua vida, propõe-lhe que vá passar uma temporada em sua casa, afim de que se conheçam melhor e que ela possivelmente se torne a Lady Crane.
     Uma proposta inusitada, que inicialmente foi posta de lado, mas após um pequeno surto de ciúme da melhor amiga - que acabara de se casar com um dos irmãos mais velhos de Eloise - e com isso o egoísmo, a depressão e a pressão da sociedade que já a via como uma solteirona de 28 anos que havia rejeitado seis pedidos de casamento, ela foge de casa em direção a Romney Hall.
     Sua chegada surpreendente deixa Phillip muito desconfortável, e Eloise começa a perceber que estava errada quando o imaginava um homem elegante e bem humorado, encontrando um homem sisudo e rústico, com dois filhos que são verdadeiras pestinhas.
       Julia Quinn continua na narrativa desse relacionamento. Eloise e Philip não podiam ser mais diferentes um do outro, então podemos imaginar o quão divertida a história se torna. Tentativas bem e mal sucedidas de ambas as partes para tentar alavancar a relação dos dois, as crianças, o tratamento de Eloise com elas, as descobertas na história do sr. Crane... Tudo muito linear.
       Diferente dos outros livros da série, não há muitas reviravoltas, mas isso não torna a leitura menos atraente. Parece um romance água com açúcar, mas Julia Quinn com sua narrativa impressionante, consegue deixar a leitura gostosa, enredada e surpreendente. Um livro que me fez suspirar ao final! Portanto, super recomendo!!!

        P.S.: Senti falta de Lady Whistledown...... snif snif


quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Clube do Livro - A Jovem Rainha Victoria

Título Original: The Young Victoria
Título no Brasil: A Jovem Rainha Victoria
Diretor: Jean-Marc Vallé
Distribuidor: Europa Filmes
Classificação: 10 anos
Duração: 105min 

Sinopse: Dominada por sua mãe possessiva desde criança, a jovem Vitória (Emily Blunt) se recusa a conceder a ela a regência nos últimos dias de seu tio, William IV. O maior interessado em que isto ocorra é John Conroy, secretário particular da mãe de Vitória, que sabe que perderá poder e prestígio tão logo ela alcance a maioridade e assuma a coroa inglesa. Pouco antes de ser coroada, Vitória se aproxima de Albert (Rupert Friend), príncipe da Bélgica, que se afeiçoa a ela. Após ser coroada ela passa a ser cortejada pelo lorde Melbourne (Paul Bettany), primeiro ministro da época. Dividida entre Melbourne e Albert, Vitória se vê diante de uma crise institucional devido à sua interferência nos assuntos políticos do país.



Esses foi um dos poucos casos de unanimidade: TODAS amamos o filme!!! Victoria e Albert formam um lindo casal e saber que essa é uma história real nos deixa mais esperançosas. É muito interessante ver como essa relação se desenrolou, o amor, a amizade e o companheirismo, como eles se apoiavam. Outro aspecto ressaltado foi a trajetória de superação da rainha. Victoria foi criada para se considerar frágil, mas mesmo assim se negou a assinar a regência, e foi uma grande rainha, mesmo que sua inexperiência tenha a deixado vulnerável a manipulação no inicio. Conhecer a trajetória de uma mulher forte em uma época em que nosso gênero não era valorizado é muito inspirador,



A escolha dos protagonistas também foi muito elogiada. Emily Blunt está linda como Victoria, e Rupert Friend, nosso eterno Mr. Wickham, muito charmoso como o príncipe Albert. 



O roteiro do filme apresenta muitas semelhanças com a história original, apesar de algumas partes terem apresentado algum colorido, como o atentado no final. Victoria foi rainha por 63 anos e sete meses, sendo o segundo mais longo da monarquia britânica, ficando atrás somente do reinado de Elizabeth II, atual monarca e trisneta de Victoria. Durante seu reinado, a Inglaterra assistiu a Segunda Revolução Industrial e a expansão imperialista. Já Albert foi um dos principais conselheiro de Victoria, e apesar de estrangeiro, consegui aos poucos ser popular entre os britânicos. Ele também foi um grande apoiador das artes e das ciências.  O casal teve nove filhos. Albert morreu em 1861, aos 42 anos e a Rainha ficou de luto pelo resto da vida. 


O filme ganhou o Oscar de Melhor Figurino em 2010. Cada vestido usado por Emily Blunt custou 10 mil libras e alguns são replicas de modelos usados pela Rainha. A responsável pelo figurino, Sandy Powell, também foi premiada na mesma categoria em 1999, por Shakespeare Apaixonado e em 2005, por O Aviador. 





Por As Garotas de Pemberley

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

“Todos têm segredos. Sobretudo eu.” – Os Bridgertons #4

Sinopse: Há muitos anos Penelope Featherington frequenta a casa dos Bridgertons. E há muitos anos alimenta uma paixão secreta por Colin, irmão de sua melhor amiga e um dos solteiros mais encantadores e arredios de Londres. Quando ele retorna de uma de suas longas viagens ao exterior, Penelope descobre seu maior segredo por acaso e chega à conclusão de que tudo o que pensava sobre seu objeto de desejo talvez não seja verdade. Ele, por sua vez, também tem uma surpresa: Penelope se transformou, de uma jovem sem graça ignorada por toda a alta sociedade, numa mulher dona de um senso de humor afiado e de uma beleza incomum. Ao deparar com tamanha mudança, Colin, que sempre a enxergara apenas como uma divertida companhia ocasional, começa a querer passar cada vez mais tempo a seu lado. Quando os dois trocam o primeiro beijo, ele não entende como nunca pôde ver o que sempre esteve bem à sua frente. No entanto, quando fica sabendo que ela guarda um segredo ainda maior que o seu, precisa decidir se Penelope é sua maior ameaça ou a promessa de um final feliz.

"Os Segredos de Colin Bridgerton" é meu livro favorito da série por diversas razões: primeiramente, tem amor à primeira vista. Penelope é apaixonada pelo Colin desde nova, principalmente porque o terceiro Bridgerton é o único homem que não a intimida. Com isso, temos o segundo motivo para a minha preferência, essa é a história de como uma longa amizade pode se transformar em amor. O ano é 1824, ou seja, quatro anos após os acontecimentos do terceiro livro, portanto os personagens não são mais tão jovens. Isso, somado ao fato que já os conhecemos dos outros livros da série, contribui para que a caracterização dos protagonistas seja mais completa, dando espaço para a revelação de novas nuances ao longo desse livro.

Ilha de Creta

Também me identifico com a protagonista. Penelope é tímida e não chama atenção pela beleza. Porém no fundo é uma garota inteligente e esperta, que tem que lidar com uma família que não acredita nela. Já o mocinho é meu Bridgerton favorito desde o início. Colin é bem-humorado, simpático, sempre a postos para ajudar os irmãos. Porém, no fundo possui a alma inquieta, uma vez que usa as viagens como válvula de escape para o fato de possuir alguma realização pessoal. Conhecer esse lado do personagem, que também perde a cabeça e possui suas frustrações o torna mais interessante. Juntos, eles estabelecem uma relação baseada na admiração, respeito e principalmente, amizade. Além disso, ambos são extremamente talentosos com as palavras.

Escócia

A ação que movimenta o livro é o desafio lançado por Lady Danbury: mil libras para quem descobrir quem é Lady Whistledown. Isso causará um grande impacto nas relações familiares e de amizade, uma vez que todos são suspeitos. Quem será a colunista? Como ela vai lidar com a aposta? Como a sociedade reagirá quando sua identidade vier à tona?

A playlist de "Os Segredos de Colin Bridgerton" é composta por "Heavy Things" by Phish (“When I tried to step aside / I moved to where they hoped I'd be”), "Legend of a Cowgirl" by Imani Coppola (“Pack my bags and mount my horse / I'm gonna ride on into the next town / Spend all my money on absolutely nothing / Need no man to pay for anything”), "Virginia Woolf" by Indigo Girls (“they published your diary / and that's how i got to know you / the key to the room of your own and a mind without end”) e "Babylon" by David Gray (“Let go your heart  / Let go your head / And feel it now”). Confira as músicas aqui.


- Título Original: Romancing Mister Bridgerton
- Título no Brasil: Os Segredos de Colin Bridgerton
- Autora: Julia Quinn
- Editora: Arqueiro
- Tradução: Cláudia Guimarães
- Páginas: 336










sábado, 5 de setembro de 2015

Conversando com Jane Austen


       No último sábado, dia 29 de agosto de 2015, aconteceu, em Florianópolis, o Sarau Literário Conversando com Jane Austen; evento organizado pela Fine Destinations e com apoio da Sur Livraria (ambos nossos parceiros). Fomos convidadas a participar, como parceiros, e eu (Michelle '3') tive a honra e o prazer de representar As Garotas de Pemberley em Santa Catarina. Um vôo rápido, mas com grandes promessas!
       Não fui sozinha. Outra Garota de Pemberley, Kerolaine Rinaldi, foi comigo. Fomos super bem recepcionadas [agradecemos imensamente à equipe por isso!], tomamos um chá inglês com direito a bolo com receita internacional [ainda posso sentir o gosto daquela maravilha...], divulgamos nosso blog [nosso bebê] e nos divertimos muito! O tema desse mês foi o livro Mansfield Park, o terceiro livro da nossa querida Jane Austen. Falamos então de sua vida e suas obras no geral. Concluímos que é impossível falar de um livro da Austen sem falar nos outros, ou em sua vida... Vimos também que esse é um livro bastante contraditório, ou você ama ou você odeia. Por sorte, nós amamos!
Participantes do Sarau
       Começamos falando sobre o enredo. Como Jane Austen sempre gostou de mostrar a divisão clara entre classes na sociedade britânica, dessa vez não foi diferente. Pobres e ricos interagindo, por vezes tendo as mesmas raízes, são traços bem comuns da literatura de Austen, o que torna suas histórias sempre mais reais, mais gostosas, mais elaboradas. Vou falar pra vocês, sem mais enrolação, sobre Mansfield Park!
 

  • Título Original: Mansfield Park
  • Título no Brasil: Mansfield Park
  • Autora: Jane Austen
  • Editora: Landmark (edição bilíngue)
  • Tradução:
  • Páginas: 552
Não é comum ouvir de alguém que "não gosta de Mansfield Park". É bem verdade que ele é o romance menos romântico de Austen, contudo esse livro não deve ser visto como 'mais um' livro de Jane, e sim como seu livro mais sério, mais maduro, mais sóbrio. Inicialmente desconstruindo aquela imagem de "final feliz" (só inicialmente... porque  o final feliz existe), não existindo uma heroína forte e excêntrica,  nem um herói/mocinho perfeito. O que vemos na construção dos personagens são pessoas comuns, falhas, em muitos momentos egoístas, mesquinhas, egocêntricas, falsas. Por exemplo, temos  o Sir Bertram, um homem oponente, rico, mas que está falindo, que não tem controle da família, e muito influenciável; Lady Bertram, que enxerga seus filhos como perfeitos, mal percebendo quantos defeitos os envolvem; Sra Noris, que reveste uma capa de 'mulher perfeita', mas é egoísta, persuasiva, que gosta de tomar para si a glória dos outros; Thomas Bertram, o herdeiro de Mansfield, que gasta a fortuna da família com divertimentos, bebedeiras, mulheres e jogos, e não tem um amigo que preste; Edmund Bertram, que aparenta uma sobriedade e uma seriedade tal, mas que é um bobo influenciável, ingênuo, muitas vezes fraco; Fanny Price, aparentemente fraca e inocente, tímida e doente, mas que se mostra decidida, perspicaz, observadora, esperta. 
Mansfield Park vem nos mostrando que as pessoas são muito além daquilo que elas mostram ser. Aqueles que eram tidos como os mais importantes, os mais espertos, os mais queridos, tornam-se os vilões da história. Ta, não necessariamente vilões, mas são os que dão desgosto e fazem vergonha. Literalmente. Nos ensina que para conhecer pessoas devemos conviver com elas, e observar suas atitudes, palavras, ações, antes de confiar neste ou naquele. 
No decorrer da história, dois personagens chave aparecem: Mary e Henry Crawford. Considerados jovens excelentes, tinham boa aparência, considerável fortuna, e muita influência. Mas a história revela dois irmãos interesseiros e espertos. Conquistaram a confiança de todos... aliás, quase todos. Fanny sempre teve um "pé atras" com os dois, e se mostrou mais esperta do que todos ao final.

Tudo isso foi discutido no nosso sarau. E vai deixar saudade. Se eu pudesse, iria a todos! 

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Um conto no cinema: O curioso caso de Benjamin Button


Lançado em 2008, o filme O curioso caso de Benjamin Button fez sucesso nas telas, tendo sido na época, indicado ao Oscar de melhor ator (Brad Pitt) e vencedor na categoria de melhor direção de arte.

O Filme é uma adaptação do conto de mesmo nome, escrito pelo norte-americano F. Scott Fitzgerald, e publicado pela primeira vez em 1922. Fitzgerald, inspirado em uma observação feita pelo escritor Mark Twain, na qual este lamentava que a melhor parte da vida fosse o início e a pior o fim, deu vida ao personagem Benjamin.

O conto está inserido no livro Seis contos da era do Jazz e outras histórias. Posteriormente, após o lançamento do filme, e devido a seu sucesso, o livro foi relançado com o nome O curioso caso de Benjamin Button e outras histórias da era do Jazz.




Diferente de tudo que se possa imaginar com a chegada de um bebê, o casal Button foi surpreendido no nascimento de seu primeiro e único filho, pois este nascera com aparência de um velho de 70 anos.

Mesmo com tamanha estranheza e indignados com a situação, o casal leva seu filho para casa, que de bebê não tinha nada. O curioso desse caso, não é Benjamin ter nascido como um velho. Após isso esperaria o casal, como lhes disse o médico, que o recém-nascido durasse poucos dias, ou, sendo otimistas, alguns meses. A curiosidade gira em torno do desenvolvimento de Benjamin, que com o passar do tempo começa, pouco a pouco, a rejuvenescer.


Dessa forma, começa uma batalha entres os relógios biológico e cronológico de Benjamin Button, pois a medida que ele rejuvenesce, enfrenta dificuldades inerentes a passar pelas diversas etapas da vida em sentido contrário.

O conto faz uma crítica à sociedade que não vê senão a aparência das pessoas, desconsiderando que além dos padrões, há, dentro de cada ser, sentimentos e histórias que constroem o ser individual que somos.

Na adaptação realizada para o cinema, com assinatura do diretor David Fincher, ocorreram algumas mudanças significativas em relação ao enredo original. No conto, os pais levam Benjamin para casa e veem de perto as mudanças ocorridas no desenvolvimento de seu filho. Já no filme, o pai, importante empresário, sem coragem de apresentar o filho à sociedade, abandona-o em um asilo. Benjamin é criado pela dona do asilo, juntos a outros idosos, e só conhece seu pai biológico muitos anos depois.
No filme Benjamin não percebe que é uma criança, se comporta como os outros velhos do asilo, e só muda de atitude muitos anos depois, quando percebe que seu relógio biológico funciona ao contrário das outras pessoas.

Entretanto, tanto o conto quanto o filme, surpreende-nos quando Benjamin chega a fase infantil, mostrando-nos o valor de uma infância após uma vida de dúvidas e cheia de obstáculos e desafios.
A diferente história de Benjamin Button nos serve como excelente reflexão sobre os valores da vida e a importância de cada fase do desenvolvimento humano. A coragem desse personagem impressiona, pois cada etapa vivida por Button nos ensina o valor das pequenas coisas.