sábado, 27 de fevereiro de 2016

1° Ato

Título: A Bailarina Fantasma
Autor: Socorro Acioli
Editora: Biruta/ Seguinte
Páginas: 183/ 192
Sinopse:
Anabela mal podia conter a empolgação quando seu pai foi o arquiteto escolhido para coordenar uma obra no Theatro José de Alencar, em Fortaleza. A proposta era que aquela casa de espetáculos maravilhosa mantivesse as mesmas características de quando foi inaugurada, em 1910. Logo vira rotina para Anabela passar as tardes por ali, fazendo a lição de casa enquanto o pai trabalha. Mas essa reforma vai acabar desenterrando histórias escondidas há muitos e muitos anos, já que Anabela começa a ver uma bailarina translúcida, vestida de azul, que mais ninguém parece enxergar. Será que a garota vai conseguir ajudá-la?
- -x- -

Nossa protagonista, Anabela, vive junto com seu com seu pai, Marcelo, na casa mais antiga da cidade. Eles vivem uma vida modéstia, simples e cheia de antiguidades. Até, Marcelo, receber a noticia que será um dos responsáveis pela restauração do Teatro José de Alencar. Nesse momento a vida de nossa protagonista muda completamente, quando em uma apresentação de balé ela vê uma bailarina diferente das outras presentes no palco. 

Clara, a bailarina diferente, na verdade é um fantasma que com ajuda de Anabela conta sua incrível historia de vida nos palcos e fora deles.

A bailarina Fantasma é uma narrativa que te faz entrar pelo mundo da dança de uma forma mágica e delicada como se fosse uma bailarina dançando em uma caixinha de musica. A história é muito bem escrita e detalhada, mas não de uma forma cansativa. 

O livro te leva até o Teatro José de Alencar em Fortaleza, onde em meio a narrativa você mergulha em uma aula de história sobre a cidade e a construção desse teatro maravilhoso e junto com tudo isso aprende um pouco sobre restauração de teatros .

Quando você segura o livro pela primeira vez acha que vai ser uma leitura bobinha para se ler no fim da tarde, mas a historia te prende e te leva para o universo descrito em cada página. Com toda certeza você vai chorar e se emocionar com a vida da Clara e ficar impressionado de como a autora, Socorro, consegue transmitir tantas emoções e descrições em um único livro.

Algo muito legal que a autora conseguiu fazer, foi construir uma forma peculiar de cada personagem falar, fazendo o leitor ter acesso a vários pontos de vistas diferentes.

O livro foi lançado primeiro pela editora Biruta com uma edição linda que combinou muito com a narrativa. Atualmente a editora Seguinte lançou uma nova edição separada em uma série de 4 volumes onde cada uma se passa em uma cidade brasileira, eu ainda não peguei em mãos mais parece ter ficado muito bonita.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Uma longa jornada

Título: Uma Longa Jornada.
Título original: The Longest Ride.
Autor(a): Nicholas Sparks.
Editora: Arqueiro.
Nº de páginas: 368.


Sinopse: Aos 91 anos, com problemas de saúde e sozinho no mundo, Ira Levinson sofre um terrível acidente de carro. Enquanto luta para se manter consciente, a imagem de Ruth, sua amada esposa que morreu há nove anos, surge diante dele. Mesmo sabendo que é impossível que ela esteja ali, Ira se agarra a isso e relembra diversos momentos de sua longa vida em comum: o dia em que se conheceram, o casamento, o amor dela pela arte, os dias sombrios da Segunda Guerra Mundial e seus efeitos sobre eles e suas famílias.

Perto dali, Sophia Danko, uma jovem estudante de história da arte, acompanha a melhor amiga a um rodeio. Lá, é assediada pelo ex-namorado e acaba sendo salva por Luke Collins, o caubói que acabou de vencer a competição.Ele e Sophia começam a conversar e logo percebem como é fácil estarem juntos. Luke é completamente diferente dos rapazes privilegiados da faculdade. Ele não mede esforços para ajudar a mãe e salvar a fazenda da família. Aos poucos, Sophia começa a descobrir um novo mundo e percebe que Luke talvez tenha o poder de reescrever o futuro que ela havia planejado. Isso se o terrível segredo que ele guarda não puser tudo a perder.Ira e Ruth. Luke e Sophia. Dois casais de gerações diferentes que o destino cuidará de unir, mostrando que, para além do desespero, da dificuldade e da morte, a força do amor sempre nos guia nesta longa jornada que é a vida.

Resenha: A estória de Uma Longa Jornada não é muito diferente das muitas que Nicholas Sparks escreveu, porque realmente todos os livros parecem seguir a mesma linha romântica e previsível. Mas quem gosta sabe que cada um tem sua singularidade.
Em Uma longa jornada a história é dividida entre dois casais. Ira Levingson que é um senhor de 91 anos que sofreu um acidente, e agora está no meio do nada esperando que alguém apareça para lhe ajudar antes que o frio e os ferimentos o matem. Nesse meio tempo a única coisa que lhe mantém vivo e lutando é a lembrança da esposa, Ruth, a mulher que ele amou a vida inteira. A conversa dos dois nos leva através de sua história de vida, lembranças e de momentos de felicidade e tristeza.
Do outro lado temos Sophia, uma garota que está terminando a faculdade de história da arte e que terminou um namoro longo com um rapaz que apesar de não se importar em traí-la, também não aceita de forma alguma o final do namoro e agora a segue por todo o lado. Também temos Luke, um peão de rodeios que após um acidente resolve voltar a montar.
Os personagens cativam, a forma de escrita simples instiga, e as aparentes estórias ‘comuns’ não são inovadoras, embora mostrem-se totalmente reais. Fato é que realmente o livro não traz nada de inovador até as estórias realmente se entrelaçarem (que só vai acontecer quase no fim do livro). Porém, o mais legal é realmente essa atmosfera conhecida que nos dá conforto na leitura.

É impossível não ser levado pelos flashes que Ira tem da sua vida com Ruth. Eles compartilharam uma história de amor tão pura, linda e sincera. Conhecemos o amor pela arte da Ruth; o tímido e nada corajoso Ira; as implicações causadas pela guerra e tudo que eles viveram.

E então esse casal do século XXI. Sophia e Luke. Duas pessoas que acreditam no amor e que encontram – um no outro – a fortaleza que precisam. Os diálogos muito bem construídos, o texto detalhadamente bem escrito. Os dois são de mundos totalmente diferentes, mas conseguem encontrar um eixo para a relação manter-se em equilíbrio.

Outra coisa que nos mantém lendo é o final, é sabido que o Tio Nick não é muito fã de um final feliz, então toda vez que me deparo com um livro dele me preparo para chorar. 
Eu achei o final desse livro muito bom, mas sou suspeita porque adoro o Nicholas Sparks!

RESULTADO - TOP Comentarista de Aniversário

ATENÇÃO!
ATENÇÃO!
ATENÇÃO!

Gente, estamos muito felizes com a participação de vocês na nossa promoção. Tivemos mais de 200 comentários, e sabendo que esse é o nosso primeiro TOP Comentarista, é muita coisa! Vocês são 10!!! Muito obrigada por nos apoiarem e estarem sempre aqui nos acompanhando. #somostodasgarotasdepemberley

Sem mais delongas, vamos às vencedoras:

1º lugar: Érika Rufo - com 67 comentários! Leva Orgulho e Preconceito.
2º lugar: Evelise Ciriaco - com 61 comentários! Leva Razão e Sentimento.
3º lugar: Fernanda Silva - com 27 comentários! Leva Persuasão.
4º lugar: Rebeca Rodrigues - com 20 comentários! Leva A Abadia de Northanger.

Parabéns meninas! E muito obrigada pela participação de vocês. Lembrando que foi enviado um email para cada uma das citadas acima, e aguardaremos 48 horas pela resposta. Caso alguma das vencedoras não retorne nosso contato, o resultado será recalculado, e um novo post com novos vencedores será divulgado.
Caso não recebam nosso email, entrem em contato conosco no garotasdepemberley@gmail.com.

Mais uma vez, obrigada pelo apoio de vocês. Graças a vocês já estamos há 1 ano no ar!

Beijinhos de Pemberley! ;)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

O livro das Coisas Perdidas


por Thais Sarmento


Título Original: The Book of Lost Things

Título no Brasil: O livro das coisas perdidas.
Autor: John Connolly
Editora: Bertrand Brasil

Tradução: Cecilia Prada
Páginas:363


       Um dia uma amiga me indicou um livro com uma capa bonita e me disse que eu precisava ler, pois esse livro iria me surpreender muito. E ela estava absolutamente certa!
       Em O livro das coisas perdidas o autor John Connolly nos introduz na história protagonista, David, um menino atormentado por toda a situação dramática que ele está vivendo, de início com a doença que causa a morte de sua mãe, mesmo depois de todas as suas tentativas para salva-la, a adaptação ao novo casamento de seu pai e ao ciúmes causados pela chegada do novo irmãozinho pontuados pela frustração e pelo desencadear do seu TOC, fazendo com que o personagem se isole no mundo dos livros.
       A narrativa surpreende muito, te prendendo logo nos primeiros capítulos, onde já ficamos ligados ao pequeno David, em uma relação de empatia e compreensão.
"Nem mesmo os rituais que repetia incessantemente haviam sido suficientes para mante la viva. Mais tarde, ficaria se perguntando se, por acaso, deixara de executa-los de maneira apropriada, se por acaso, havia contado mal na manhã daquele dia ou se deixara de acrescentar alguma ação às demais e então teria podido modificar as coisas. Agora não importava mais. Ela se fora." (Pg 13.)
FONTE: lanaestante.wordpress.com
       O enredo do livro muda de forma impressionante quando elementos fantásticos entram em cena, Connolly recria de forma brilhante e muito original o mundo dos contos de fadas tão conhecidos pelos leitores. De forma instigante, utilizando desde de criações próprias até a recriações de personagens famosos como Branca de neve, Bela adormecida, João e Maria o autor desenvolve a história de forma fluida e objetiva, mas se engana o leitor que pensa que esse é um simples livro de contos de fadas, pois a narrativa aborda de forma muito madura temas como solidão, perda, raiva e amadurecimento. Dando ao livro um aspecto adulto, dando aos contos de fadas um aspecto sinistro e aterrorizador.
       A leitura do Livro das Coisas Perdidas te instiga a se identificar com o situação em que David está vivendo, um menino perdido e magoado que está em um mundo totalmente diferente e tendo que se virar sozinho, ele se defronta com seus próprios medos e inseguranças.
       Ao fazer isso, acabamos criando um vínculo com o protagonista, afinal, é inevitável que nos coloquemos no lugar dele. Isso faz com que a gente pense no que faríamos caso estivéssemos em tal situação e o autor utiliza de artifícios para incentivar isso, o que acaba agregando ainda mais valor a obra, sem contar que faz com que o protagonista tenha um crescimento visível ao longo do enredo.
       John connolly criou um mundo tão bem elaborado, que qualquer leitor que goste de fantasia vai mergulhar nele e querer cada vez mais, recomendo com todas as honras O livro das coisas perdidas para leitores que estão a procura de uma fantasia do mais alto nível com a capacidade de te prender e surpreender do início ao fim.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Nada é o que parece ser!


Título Original: Un Avion Sans Elle
Título no Brasil: O Voo da Libélula
Autor: Michel Bussi
Editora: Arqueiro
Tradução: Fernanda Abreu
Páginas: 400
Sinopse: Na noite de 23 de dezembro de 1980, um avião cai na fronteira entre a França e a Suíça, deixando apenas uma sobrevivente: uma bebê de 3 meses. Porém, havia duas meninas no voo, e cria-se o embate entre duas famílias, uma rica e uma pobre, pelo reconhecimento da paternidade.

Numa época em que não existiam exames de DNA, o julgamento estende-se por muito tempo, mobilizando todo o país. Seria a menina Lyse-Rose ou Émilie? Mesmo após o veredicto do tribunal, ainda pairam muitas dúvidas sobre o caso, e uma das famílias resolve contratar Crédule Grand-Duc, um detetive particular, para descobrir a verdade.
Dezoito anos depois, destroçado pelo fracasso e no limite entre a loucura e a lucidez, Grand-Duc envia o diário das investigações para a sobrevivente Lylie e decide tirar a própria vida. No momento em que vai puxar o gatilho, o detetive descobre um segredo que muda tudo. Porém, antes que possa revelar a solução do caso, ele é assassinado. Após ler o diário, Lylie fica transtornada e desaparece, deixando o caderno com seu irmão, que precisará usar toda a sua inteligência para resolver um mistério cheio de camadas e reviravoltas.


       O livro é norteado pelas memórias de um detetive supostamente assassinado. Não. Não pense em memórias póstumas, nada disso. Na realidade o livro mistura dois tipos de narrativa: a primeira em terceira pessoa, narra o presente, o desenrolar da história a partir do aniversário de 18 anos da protagonista, revezando apenas o personagem observado em cada cena; a segunda em primeira pessoa, constrói-se sobre o Diário pessoal do detetive particular contratado para descobrir a verdadeira identidade da protagonista do desastre de avião cuja única sobrevivente era uma bebê de 3 meses de idade. Numa época anterior aos exames de DNA, era necessário reunir provas do quem era a menina, e por 18 anos o detetive procurou incansavelmente por qualquer prova que pudesse trazer sua identidade, mas essa prova chegou tarde.

       O livro é cheio de nuances, seria injusto coloca-las aqui. Para entender é preciso ler. E mesmo assim, ainda constitui um desafio. Michel Bussi construiu uma história muito complexa, cheia de problemáticas aparentemente sem solução. E no penúltimo capítulo temos tudo.

       Para quem não sabe, sou fã inegável de Harlan Coben. Descobri o estilo investigativo através de suas obras, e por pouco Bussi não chegou ao seu nível. Não posso reclamar de nada na história: personagens marcantes e muito bem construídos, lugares reais percorridos com realidade, fatos históricos seguidos com afinco, detalhes pequenos que se mostram vitais no decorrer da história.               Contudo, a única coisa que me incomodou foi a linguagem. A parte narrada em terceira pessoa é impressionante. Possui muita ação, suspense, aventura, e é a responsável pelo desenrolar da história. Mas a parte em primeira pessoa não possui leitura fluida. O diário é escrito em forma de suspense policial, uma construção interessante que prova que não foi sendo escrito aos poucos, como um diário normal, mas escrito muito depois que os fatos narrados haviam acontecido misturados aos seus sentimentos e teses. E isso deixa sempre a ponta da dúvida: Até que ponto o detetive deturpou a realidade a seu favor? Não podemos deixar passar despercebido que o cara levou 18 anos para resolver um caso e desistiu sem encontrar a resposta, e isso poderia ser ruim para seu currículo!
       Mas não se enganem, nem se deixem levar pelo diário. Como eu disse, é o desenrolar do presente que realmente vai movimentar a história. E o final é surpreendente. Durante minha leitura formei em média umas 10 hipóteses quanto ao final. Não acertei nenhuma. E quem me conhece sabe que eu costumo acertar!

       Por fim, recomendo O Voo da Libélula para todo verdadeiro fã de suspense investigativo. E preparem-se, eu não sosseguei até descobrir o final; você também não vai sossegar.

sábado, 6 de fevereiro de 2016

*** PROMOÇÃO ***

TOP Comentarista de Aniversário

Estamos muito felizes porque enfim essa data chegou! \o/ \o/ \o/
1 ano compartilhando nossas experiências literárias com vocês, nossos sonhos, nossas descobertas, nossas paixões. E só podemos agradecer à você [sim, você que está lendo] por tornar tudo isso possível, pois sem o seu retorno, teríamos desistido lá atras.
Foram vários livros lidos [perdi as contas], mais de 60 resenhas compartilhadas, 12 Clubes do Livro virtuais. 1 ano de história que temos aqui com vocês. E como não podemos chamar todo mundo pra uma festa nem dar bolo para todos, resolvemos compartilhar com vocês esse momento tão feliz de uma outra forma. Por isso, lançamos então o nosso primeiro TOP COMENTARISTA!
Quem segue nosso facebook já viu alguma coisa por lá. Agora vamos lançar aqui.

Vamos às REGRAS:

  1. Comente nas nossas postagens aqui do BLOG, qualquer postagem vale;
  2. Seu comentário deve ter CONTEÚDO, ou seja, se escrever apenas "legal" ou "adorei", não vai valer. Vamos avaliar cada comentário, e só entrarão na contagem os que tiverem conteúdos relacionados a postagem em questão, que mostre que você realmente leu o post. Afinal, comentar sem ler não rola né?!
  3. Deixar seu email no final de cada comentário;
  4. Quanto mais comentários, mais chances você vai ter!
Os quatro maiores comentaristas do blog levarão os livros da imagem, nesta ordem: 1º Orgulho e Preconceito; 2º Razão e Sentimento; 3º Persuasão; 4º A Abadia de Northanger; todos da nossa querida Jane Austen, pela L&PM Editores, acompanhados de nossos marcadores exclusivos.

Alguns adicionais:

  1. É necessário ter endereço localizado no Brasil;
  2. Só será válido 1 comentário por postagem, Ou seja, se você comentar 30 vezes no mesmo post e um coleguinha comentar apenas 2 vezes em duas postagens diferentes, quem ganha é o coleguinha!
  3. Nós iremos avaliar cada comentário, e a contagem será feita manualmente;
  4. Caso haja empate na quantidade de comentários, aqueles que tiverem o maior número concorrerão via sorteio. Exemplo:
Maria: 57 comentários
Pedro: 57 comentários
André: 57 comentários
Ana: 55 comentários
Paula: 55 comentários

Maria, Pedro e André concorrerão via sorteio manual aos primeiros três lugares para sabermos qual livro cada um irá ganhar. Ana e Paula concorrerão via sorteio manual ao quarto lugar, e uma delas ficará de fora.

O nome dos vencedores serão divulgados aqui e em nossas redes sociais, e enviaremos um email para cada um informando seu prêmio. Cada ganhador terá 48 horas para responder ao nosso email informando o endereço de postagem. Caso ultrapasse esse período, um ou mais novos ganhadores serão divulgados, e o primeiro resultado será desconsiderado. 

A promoção encerra no dia do nosso aniversário, dia 14/02/2016, às 15h. O resultado será divulgado ate as 19h do mesmo dia.

Boa Sorte!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Quantos lados formam um triângulo?

por Aline Tavares

Título: Triângulo de 4 lados
Autoras: Adelina Barbosa e Fernanda Medeiros
Editora: D’Plácido Editora
Páginas: 320
Sinopse: Unhas mal pintadas de preto e camisas de bandas. Ela ama O Diário de Bridget Jones, chocolate, e a banda Misfits. Odeia trovões, lágrimas, e ser chamada de criança. Sara Alcântara tem 17 anos e, como qualquer garota de sua idade, tem um relacionamento de amor e ódio com a mãe, com seus estudos, e com a própria vida. Ama suas amigas, que são seu suporte, e sua base. Tira boas notas na escola, por obrigação, mas deseja ser artista, porque pintar é sua verdadeira vocação.
Até aquela paixão adolescente, platônica, ela possui. Ele tem nome, sobrenome, e grau de parentesco. Rodrigo Guano é seu primo, e sonho de consumo de toda a população feminina da pequena cidade de Santa Fé, onde moram. Tudo muda quando ele a beija pela primeira vez. Então o mundo pode acabar, regimes podem cair, terremotos podem engolir a terra em rachaduras intermináveis, e Sara ainda estaria feliz. Ou assim ela pensa ser, até que viaja para Paris, para passar as férias. Quando volta, tudo está diferente, inclusive ela. Sara se vê inserida num triângulo amoroso... Ou seria um quadrado?

Fui apresentada a essa obra por acaso. Estava na fila para autógrafos em um lançamento de um outro livro nacional (Elena, da Marina Carvalho), quando vi duas garotas distribuindo marcadores de um livro. Logo a capa, e título me chamaram a atenção, mas o que me deixou realmente intrigada foi descobrir que o livro foi escrito a quatro mãos, e as autoras só se conheceram pessoalmente no dia que lançaram o livro, algumas semanas antes, uma vez que Adelina é mineira e Fernanda do Rio Grande do Norte. Fiquei pensando: será que isso deu certo? Um mês depois, com o livro em mãos, a resposta: o resultado não poderia ter sido melhor.

Triângulo de 4 lados foi escrito em primeira pessoa, apresentando quatro pontos de vista diferentes. A narradora principal é a protagonista Sara, uma garota de 17 anos, com alma de artista e apaixonada platônicamente por Rodrigo, seu primo mais velho. Porém Brent, meio irmão de Rodrigo, é apaixonado por Sara, e Matheus, vocalista da banda de Rodrigo, também se interessa pela garota. Os garotos também narram alguns capítulos.
O livro é dividido em duas partes: antes e depois da viagem de Sara para Paris, em um curso de férias de Artes. Na primeira parte, acompanhamos o desenvolvimento da relação entre Sara e Rodrigo. Na segunda, o relacionamento esfriou, e o triângulo, ou quadrado, está formado. Por ser narrado por quatro personagens, não corremos o risco de achar que Sara é só mais uma protagonista indecisa, uma vez que a inclusão do ponto de vista dos garotos proporciona uma visão mais global da história.
Falemos um pouco sobre os garotos. Rodrigo é guitarrista de uma banda de rock, popular, ensina música para crianças carentes, mas coloca sua liberdade acima de tudo, inclusive dos seus sentimentos e dos de outras pessoas. Brent, meio americano, meio brasileiro, é estudante de medicina, possui uma personalidade mais introspectiva, mas está sempre se preocupando com os problemas dos outros, principalmente os de Sara. Já Matheus ... o gaúcho aparece de repente, não fala muito sobre si, e por isso suas intenções não são muito claras.
A história se passa em Santa Fé, uma cidade fictícia no interior de Minas Gerais. Esse recurso foi utilizado para que as autoras, que se conheceram escrevendo fanfics no Orkut, tivessem mais liberdade para criar o espaço, uma vez que uma não conhecia a cidade da outra. Cada capítulo é identificado por um desenho de perfil dos protagonistas, e apresentam ao longo do texto trechos destacados utilizando uma arte diferente, um recurso muito interessante.
Triângulo de 4 lados é um livro sobre o primeiro amor, sobre como idealizamos pessoas e relacionamentos. É também sobre perdas, inseguranças e amadurecimento. Uma leitura viciante, comecei a ler no dia que comprei e só larguei quando terminei, às três da manhã. O final do livro (ou o início?) te deixam em um suspense louco, doida para saber como a história continua.

As autoras também lançaram um spin­off com o título Conexão Paris - disponível na plataforma Wattpad, que narra o período de intercâmbio de Sara. No mesmo esquema do livro, o spin­off intercala as aventuras da protagonista na Cidade Luz e capítulos narrados pelos garotos, e assim temos a oportunidade de conhecer melhor a história (principalmente do Matheus), os sentimentos e o que se passa na cabeça deles. A sequência da série, Trevo de 4 folhas, tem lançamento previsto para esse primeiro semestre. Uma boa oportunidade de prestigiar a literatura nacional, para quem gosta de romances temperados com um pouco de drama. Leiam o livro e escolham seu time!!! #TeamBrent

"E meu coração apertado não sabia como entender. Como eu podia, ao mesmo tempo...”

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Histórias de um Inglês na Itália

"Vou contar as maravilhas que existem nele [Vêneto]. Espero que, quando terminar, você também queira ter vivido aqui, pelo menos por um tempo"

Título Original: Italian Neighbours
Título no Brasil: Meus Vizinhos Italianos
Autor: Tim Parks
Editora: Publifolha
Tradução: Carlos Mendes Rosa
Páginas: 319
SINOPSE: 'Meus vizinhos italianos' é um livro ao mesmo tempo sério e cômico, uma crônica escrita pelo inglês Tim Parks sobre sua vida na aldeia de Montecchio, no norte da Itália, país em que mora desde 1981. Com estilo elegante e cheio de ironia, Parks transmite tudo aquilo que um inglês típico estranharia num país tão diferente do seu. O livro mostra personagens reais da vida diária - os vizinhos, o quitandeiro, o padre, a herborista, o herói de guerra, os adolescentes -, com suas predileções e manias quase caricatas; as crendices; as leis locais; as preferências políticas; a predileção pelo vinho engarrafado em casa; a burocracia dos serviços públicos; as relações cotidianas, desde o ódio e a inveja até a profunda admiração e a amizade.

Tim Parks descreve um cenário ruim logo no inicio do Livro. Sua descrição é tão detalhada que posso jurar ter estado no mesmo lugar que ele e na mesma época. E não é uma descrição otimista, nem exagerada. É real. Um lugar com problemas, como qualquer outro no mundo: ambientais, urbanos, climáticos. Uma descrição precisa porém não exaustiva, e com um toque irônico: "Esse sempre foi um dos prazeres do auge do verão aqui. Você se sente desconfortavelmente pegajoso o dia inteiro. Pode tomar dois banhos, [...] pode chupar cubos de gelo, colocar as pernas num balde de água gelada etc. etc. - e nada disso adianta. O calor parece vir de dentro de você. Conforto é coisa impensável. Naturalmente, você se irrita."
Sua narrativa é envolvente. Com pitadas de humor, descreve também a sociedade que encontra - que é na verdade o foco do Livro - e como ele se sentiu ao ser recepcionado ao chegar. Mais uma vez sem exageros, aponta pessoas normais, com defeitos reais; fofoqueiros que não sabem disfarçar sua curiosidade é a marca de sua nova vizinhança.
A diferenciação linguística também é um problema abordado com humor característico. Nos dois primeiros capítulos eu já sabia que esse humor me seguiria no decorrer da leitura. Dicas como tipo de locais que devem ser frequentados e que devem ser evitados, o que comer, horários a seguir, rituais a aprender, permeiam o livro a partir do terceiro capítulo. Não pense com isso que o livro se tornou um "guia para estrangeiros na Itália". Parks entra no cerne da questão: a sociedade italiana. Uma análise em primeira pessoa do cotidiano italiano, onde o narrador se confunde com o personagem, e um e outro são o mesmo, uma espécie de auto biografia com foco invertido. Não sei se consegui explicar, mas é divertido.
A vizinha, o ex-padre, a barista, suas histórias, seus vícios, sua rotina. Um quadro bucólico e caótico que Parks pinta e ao mesmo tempo faz questão de descrever acrescentando seus próprios sentimentos.
Estou real e positivamente surpreendida com a narrativa de Sparks. Sua capacidade de narrar um fato fastidioso e cotidiano e deixa-lo interessante e dinâmico é sem precedentes. "De punhos cruzados perigosamente, um rapaz de 14 anos numa motoneta força uma garota de bicicleta a subir na rampa de um dique, dando um jeito de acelerar e buzinar ao mesmo tempo. De certa forma, por trás disso tudo, a serenidade da aldeia persiste, dormente, latente; ela sempre existe, mas existe para ser constantemente violentada pelo indomável princípio dionisíaco sobre rodas."
Por fim, recomendo essa leitura. Foi minha estreia com Parks, estreia com crônicas, e adorei. Uma biografia completamente diferente daquelas formais que lemos por aí, com uma linguagem leve e bem humorada, sai do lugar comum com indescritível maestria. Para fãs de crônicas, recomendo. Para fãs de biografias, recomendo. E para todo apreciador de uma boa literatura estrangeira, recomendo também!